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As ótimas entrevistas de vencedores e derrotados nestas Olimpíadas

Por
Roger Pereira
31/07/2021 00:16 - Atualizado: 04/10/2023 17:54
Marta fez desabafo após eliminação do Brasil.
Marta fez desabafo após eliminação do Brasil.

Acostumados com as entediantes entrevistas quase que diárias
de técnicos e jogadores de futebol, o telespectador brasileiro tem se
surpreendido, nesta Olimpíada, com as excelentes entrevistas dos atletas no
pós-competição. Quase sem espaço na mídia em tempos normais e sem as blindagens
de assessorias de imprensa que funcionam mais como obstáculos à imprensa nos
clubes de futebol, os atletas olímpicos têm aproveitado para dar o seu recado
quando têm os microfones voltados para eles.

Do “eu só vim me divertir e deu tudo certo” da Fadinha Rayssa, após a prata no skate ao “cobrem de mim, mas não dessa geração que acabou de chegar” da rainha Marta, após a dolorosa eliminação do futebol feminino, os atletas brasileiros têm deixado frases para a história em Tóquio. E cada um ao seu estilo.

+ Olimpíada de Tóquio-2021: veja o calendário com datas e horários dos eventos e marque na agenda!

Quem não se emocionou com o choro de Ítalo Ferreira,
lembrando sua origem, sua família e sua trajetória até chegar ao ouro olímpico
após a conquista no surf, ou com o de Mayra Aguiar, narrando a série de
cirurgias a que se submeteu durante o último ano, em que só conseguiu disputar
duas lutas oficiais e, mesmo assim buscou um bronze em Tóquio, sua terceira
medalha olímpica, um recorde entre os judocas e entre as mulheres em esportes
individuais? Mas também teve o choro inconsolável e Maria Portela, que após
perder sua luta em uma decisão para lá de controversa, aos prantos, não
reclamou da arbitragem e pediu “desculpas ao torcedor brasileiro por não ter
dado um pouquinho a mais”?

A vice-campeã olímpica Aghata, do vôlei de praia é a
simpatia em pessoa (mesmo sendo curitibana) e também foi de uma transparência
sem igual ao analisar o primeiro jogo da dupla com Duda em Tóquio, quando
tiveram um primeiro set bastante complicado, diante de adversárias
reconhecidamente bem mais frágeis. “A velhinha aqui (38 anos), experiente,
medalhista olímpica, campeã mundial, também fica nervosa, sente a pressão de
uma estreia e comete erros bizarros. Mas, depois, na manha, a gente controla”,
afirmou. Lucão, do vôlei masculino analisa cada jogo com a mesma profundidade dos
comentaristas da TV, logo após deixar a quadra.

Hugo Calderano, do tênis de mesa, fez história ao ser o primeiro jogador de fora da Ásia ou da Europa a chegar às quartas de final olímpica. Mas ele não ficou satisfeito não. Ele sabe que teve chances diante do alemão Dimitrij Ovtcharov. “Eu não consegui manter a regularidade, nem o mesmo nível que comecei a partida. Ele se adaptou ao meu jogo, não consegui achar meu nível mais alto - disse Hugo. É muita dor, claro, mas é importante sentir a dor da derrota e voltar cada vez mais forte. É importante sofrer bastante com a derrota, porque aí dá para esquecer mais rápido”, declarou, com os olhos marejados.

+ Siga o quadro de medalhas da Olimpíada de Tóquio 2021 em tempo real!

Fria, no melhor dos sentidos, durante toda a competição que
lhe garantiu a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina do
Brasil, Rebeca Andrade, a segunda melhor ginasta no individual geral em Tóquio
não chorou em sua entrevista. Exibiu um enorme sorriso, mesmo ao lembrar de
todo seu histórico de lesões e dedicou a medalha a todas as pessoas que a
ajudaram a se recuperar e a toda a ginástica feminina brasileira, lembrando do
legado e das várias vezes que o Brasil bateu na trave com Daiane dos Santos,
Daniele Hypólito e Jade Barbosa. A ginasta ainda foi brilhante ao comentar a
decisão de Simone Biles se retirar da prova para preservar sua saúde mental "O
fato de ela (Biles) ter saído não foi nada negativo. As pessoas precisam
entender que o atleta não é um robô, e sim um humano. A decisão dela foi a mais
sábia para ela, não para os outros. Todo mundo sabe que ela é a melhor do mundo,
Fiquei orgulhosa da atitude dela, ter pensado nela antes de qualquer coisa”,
declarou.

Então fica a dica: antes de trocar de canal ao final de uma competição, vale a pena aguardar pela entrevista.

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