colunas e Blogs
Enviado Especial ao Sofá
Enviado Especial ao Sofá

Enviado Especial ao Sofá

Para comemorar

Grandes feitos nem sempre precisam ser feitos de medalhas

Por
Roger Pereira
08/08/2021 13:45 - Atualizado: 04/10/2023 17:37
Hugo Calderano deixa Tóquio como o “melhor brasileiro sem medalha”
Hugo Calderano deixa Tóquio como o “melhor brasileiro sem medalha” | Foto: EFE/EPA/JEON HEON-KYUN

Uma das coisas mais sensacionais das Olimpíadas é o número de atletas que conseguem o melhor desempenho de suas carreiras dentro dos Jogos. Cada vez que o gerador de caracteres marca um PB (Personal Best) ao lado do nome de um atleta, é um fato a ser comemorado, independente de sua posição final na competição. É sinal de que a preparação foi perfeita, os quatro anos de ciclo olímpico bem planejado para que se chegasse ao ápice do nível físico e técnico no momento certo e, também, que, no momento certo, o psicológico estava em dia, para transformar toda a pressão e exposição em motivação. E ter conseguido seu PB nesta Olimpíada, depois de um ciclo tão complicado, em que o atingir o ápice precisou ser adiado em um ano e a competição ocorreu depois após um longo período de restrições de competições preparatórias e treinamentos foi uma façanha conquistada por muitos atletas. Voltando para casa sem medalhas, o que os condena ao rápido esquecimento, muitos brasileiros fizeram história em Tóquio.

+ Olimpíada de Tóquio-2021: veja o calendário com datas e horários dos eventos e marque na agenda!

O nadador Guilherme Costa ficou longe da medalha nos 800m
livre, terminando a competição na oitava posição. Mas, para chegar à final,
além de conseguir um tempo que jamais tinha alcançado na prova ( 7min46s09)
e bateu o recorde sul-americano da prova.

Esporte tradicionalíssimo no Brasil do início do século passado (basta lembrar que os grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro são clubes de regatas) o remo nunca tinha visto um brasileiro em semifinal olímpica. Tabu quebrado neste ano pelo atleta do Botafogo, Lucas Verthein, participante solitário da equipe brasileira na modalidade, que foi 12º colocado no skiff simples. Na canoagem slalom, Ana Sátila foi a primeira mulher brasileira a chegar a uma final olímpica. Ficou um gostinho de “quero mais”, já que ela passou com o terceiro melhor tempo, mas cometeu um falta na final e ficou com a 10ª posição.

Oriundo de projeto social, Ygor Coelho conseguiu a façanha
de ser o primeiro brasileiro a vencer uma partida de badminton dentro dos Jogos
Olímpicos. Já o mesa-tenista Hugo Calderano foi o primeiro brasileiro na
história a se classificar entre os oito melhores da modalidade em uma
Olimpíada, feito nunca alcançado por um atleta de fora da Ásia ou Europa.

Darlan Romani não surpreendeu ninguém com o seu quarto lugar nos jogos. Há alguns anos ele já vem figurando entre os grandes nomes do arremesso de peso no cenário mundial. As condições em que ele chegou aos Jogos, no entanto, elevam seu feito ao extraordinário: no último ano de preparação para Tóquio, Darlan teve Covid-19 com, operou uma hérnia, treinou em um terreno baldio enquanto seu clube estava fechado por conta dos protocolos sanitários e fechou a preparação longe de seu técnico, que ficou isolado em Cuba.

+ Siga o quadro de medalhas da Olimpíada de Tóquio 2021 em tempo real!

O resultado do futebol feminino foi um dos mais doídos para o torcedor brasileiro. A derrota para o Canadá nas quartas de final, nos pênaltis, e com o Canadá vindo a conquistar a medalha de ouro no final da competição, deixou claro que a geração de Marta e Formiga podiam ter encerrado sua trajetória na seleção com esse título olímpico, que tantas vezes bateu na trave. Mas ambas também deixaram Tóquio com os nomes marcados na história. Formiga é a única mulher brasileira e única atleta do futebol mundial a disputar sete Olimpíadas. Marta é a única jogadora, entre homens e mulheres, a fazer gol em cinco edições dos Jogos.

Derrotando o oitavo melhor atleta do mundo para alcançar seu
feito, Marcus D’Almeida foi o primeiro brasileiro a chegar as oitavas de final
do tiro com arco masculino em uma edição dos Jogos. E, já no último dia de
competições, Kawan Pereira, de apenas 19 anos, foi o primeiro brasileiro a
chegar à final da prova de plataforma de 10 metros nos saltos ornamentais,
terminando na 10ª posição.

Em um país que vive muito mais de lampejos de talentos
individuais do que de uma política de formação de atletas olímpicos, esses resultados,
em modalidades nada populares por aqui, precisam ser lembrados e exaltados,
para que também sirvam de exemplo para as novas gerações do país do futebol, do
surfe, do skate, do boxe, da natação, do judô, da ginástica, da canoagem e da
vela.

Veja também:
Em 70 dias de temporada, Coritiba chegou a 10 atletas lesionados
Em 70 dias de temporada, Coritiba chegou a 10 atletas lesionados
Na mira do Athletico, atacante Vargas será reavaliado por novo técnico do Atlético-MG
Na mira do Athletico, atacante Vargas será reavaliado por novo técnico do Atlético-MG
Cuca confirma atacante ex-Flamengo fora do Athletico
Cuca confirma atacante ex-Flamengo fora do Athletico
Fluminense espera acordo nas próximas semanas para renovar com Diniz
Fluminense espera acordo nas próximas semanas para renovar com Diniz
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Enviado Especial ao Sofá
Se eles podem, nós também podemos: no nosso quadro de medalhas, Brasil está no Top 10
Manipulando números

Se eles podem, nós também podemos: no nosso quadro de medalhas, Brasil está no Top 10

Grandes feitos nem sempre precisam ser feitos de medalhas
Para comemorar

Grandes feitos nem sempre precisam ser feitos de medalhas

Skate deu show, softbol deu sono. Basquete 3 x 3? Não dá!
Novos esportes

Skate deu show, softbol deu sono. Basquete 3 x 3? Não dá!