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Análise

Acabem com o árbitro de vídeo, deixem só auxiliares e o monitor para socorrer o juiz

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Mauro Cezar Pereira
01/08/2021 19:13 - Atualizado: 04/10/2023 17:40
Acabem com o árbitro de vídeo, deixem só auxiliares e o monitor para socorrer o juiz
| Foto: Marcello Zambrana/Estadão Conteúdo

A ideia do VAR, sigla em inglês para (Video Assistant Referee), é boa. Parte do básico: oferecer ao árbitro de campo nas partidas de futebol a oportunidade de eliminar dúvidas nas suas marcações ali, no ato. O equipamento não atrapalha, mas as pessoas que o manuseiam diversas vezes sim. E muito. No Brasil então, chega a ser absurdo.

Os acontecimentos da noite de sábado no Morumbi foram claros, escancararam para quem não queria ver o quão maléfica pode ser a intervenção do árbitro de vídeo no trabalho do de campo. Não é exatamente um anjo da guarda que salva aquele que trabalha no gramado, mas um ser externo que deseja participar, decidir, interferir. O tempo todo.

O jogo contra o Palmeiras terminou 0 a 0 e teve dois gols do São Paulo e um pênalti a favor do time tricolor anulados após o VAR convidar o juiz a refletir a respeito do que decidira na cancha. Em apenas um desses lances a intervenção externa fez realmente sentido, no gol de Rigoni, milimetricamente impedido, afinal, aquela não era uma situação subjetiva na partida.

O apitador foi Luiz Flavio de Oliveira, que é da Fifa e, do quadro paulista, portanto acostumado a trabalhar em pelejas dos dois rivais. Como árbitro de vídeo lá estava Pericles Bassols Pegado Cortez, vinculado à Federação de São Paulo e que fez muita gente lamentar o fato de ele ter deixado o emprego de comentarista de arbitragem na TV para trabalhar no VAR.

Suas participações no clássico prejudicaram o futebol e o trabalho de Luiz Flávio, que demonstrou insegurança e falta de personalidade para sustentar suas decisões de campo, sendo, aparentemente, convencido a mudar de opinião. E isso aconteceu em dois lances absolutamente interpretativos após longos diálogos enquanto olhavam os monitores.

O pênalti de Gustavo Gómez em Marquinhos era realmente interpretativo, em campo o responsável marcou, mas depois de ouvir o árbitro de vídeo e olhar para a telinha longamente, mudou de ideia. Ficou a sensação de que ele foi convencido por quem tinha outro ponto de vista, outra interpretação sobre a jogada. Ou seja, quem decidiu, aparentemente, foi o VAR!

O mesmo ocorreu no gol contra do zagueiro paraguaio aos 43 minutos do segundo tempo. No gramado, gol válido, mas depois do chamado do árbitro de vídeo, tudo mudou. O entendimento de Bassols teria sido de que Miranda, impedido, participa do lance. Mas na verdade ele não parece ter motivado o salto de Gómez que o fez desviar a bola contra a própria meta.

Uma situação absolutamente interpretativa, subjetiva, daquelas que gera discussão e não há verdade absoluta, mas sim entendimentos diferentes. como foram os dos árbitros de campo e de vídeo. Nessa dividida, prevaleceu o pensamento de quem estava fora de campo, mais uma vez, e assim a vitória foi arrancada do São Paulo Futebol Clube.

Se o equipamento não é o problema, mas algumas pessoas que dele se utilizam, fica a sugestão: tirem de circulação o árbitro de vídeo no Brasil. Deixem apenas os auxiliares que fazem as marcações das linhas azul e vermelha com o software em lances de possível impedimento, e o monitor à beira do campo, para que o juiz o utilize quando achar necessário. Sem alguém no ouvido dele tentando convencê-lo a mudar de ideia.

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