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Muricy, o áudio vazado e a defesa da gestão inconsequente do Corinthians

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Mauro Cezar Pereira
12/12/2021 19:01 - Atualizado: 04/10/2023 17:08
Muricy, o áudio vazado e a defesa da gestão inconsequente do Corinthians
| Foto: Erico Leonan/São Paulo FC

"O Corinthians também não tinha dinheiro no começo do ano, contratou quatro jogadores experientes e está na Libertadores". Passou quase despercebida a frase de Muricy Ramalho no áudio vazado de uma conversa entre o coordenador de futebol do São Paulo e um amigo.

Foi sincera a postura do ex-treinador, que admitiu ser dele a voz no áudio em live no canal Arnaldo & Tironi no YouTube. Mas causa espécie vê-lo utilizar o rival alvinegro como modelo, como exemplo a ser seguido, ainda mais trabalhando em um clube que também enfrenta problemas financeiros.

Ao assumir a presidência corintiana, Duílio Monteiro Alves prometeu austeridade. "Temos previsão de investimento, nada muito alto. O momento não é de contratação. Não pretendo realizar grandes investimentos. É possível que a gente segure até o meio do ano ou 2022", disse há 11 meses.

O mandatário era vice de seu antecessor, ou seja, tomou parte da gestão que endividou o clube brutalmente. Mas o discurso pés no chão não durou muito. De uma hora para outra, o Corinthians disparou a contratar, foi agressivo no mercado e reforçou o elenco sabe-se lá como.

Giuliano, Roger Guedes, Renato Augusto e Willian chegaram ao clube e mudaram o patamar do time. Embora o desempenho não tenha sido o esperado, o que gera críticas ao técnico Sylvinho, bastou para levar o time à próxima Copa Libertadores com a quinta colocação na Série A.

Contudo, os reforços que inflaram uma folha de pagamento já elevada foram claramente fora das condições financeiras corintianas. Simplesmente a diretoria não foi capaz de suportar as pressões por resultados e partiu para o caminho mais óbvio, buscou jogadores para depois ver como fica.

Evidentemente a classificação para o torneio internacional eleva o faturamento para 2022, mas será o bastante para cobrir os custos? E mais: os atletas dispensados ainda pesam no orçamento, já que, como é comum, cede jogadores e continua pagando parte de seus vencimentos.

Não, Muricy, o Corinthians não é um bom exemplo de gestão para o São Paulo. Para clube algum. É compreensível que os são-paulinos queiram contar com um time mais forte e competitivo, mas se hoje isso não é possível, deve-se justamente às más gestões do passado. Como a corintiana.

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