Programa olímpico

15 esportes que deveriam estar nos Jogos Olímpicos antes do breakdancing

Partida de críquete entre as seleções do Paquistão (de uniforme verde) e da Austrália (de amarelo): esporte tem versões mais curtas que poderiam ser incorporadas ao programa olímpico.

O boxe olímpico subiu no telhado. O torneio de Tóquio já havia sido organizado de forma emergencial por uma força-tarefa do COI, em vez da Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba), que estava suspensa devido a sérios problemas de governança e até mesmo suspeita de ligação com o crime organizado. O esporte está garantido em Paris, mas não em Los Angeles, e a confusão envolvendo a mais recente eleição para a presidência da Associação Internacional de Boxe (IBA, a nova roupagem da Aiba), em que Umar Kremlev foi reeleito por W.O., já que seus adversários foram desclassificados no tapetão, não deixou Thomas Bach nada feliz.

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Por mais tradicional que seja o boxe (está nos Jogos Olímpicos desde 1904), se a entidade que regula o esporte não atende a critérios mínimos de governança decente, sem falar de todos os escândalos de roubalheira em Londres e no Rio, não há muito o que fazer. O mesmo vale para o levantamento de peso, que não está na lista prévia de 2028 porque o esporte parece incapaz de coibir o doping. Outra modalidade ainda pendente de confirmação é o pentatlo moderno, pelas razões que já analisamos aqui na coluna. E, graças aos deuses do Olimpo, o breakdancing também não está garantido, embora ele faça parte do programa de Paris.

Convenhamos, breakdancing nos
Jogos Olímpicos da Juventude tudo bem, mas no evento principal é forçar demais
a barra. Por isso, trago aqui a minha modesta proposta, com 15 esportes
melhores que breakdancing e que poderiam muito bem entrar no programa olímpico
– dez deles a sério, e outros cinco no melhor espírito da zoeira.

Críquete

Os times femininos de Paquistão (de verde) e Índias Ocidentais (de cor vinho) se enfrentam em Karachi, no Paquistão, em novembro de 2021. Foto: Shazaib Akber/EFE/EPA

Assim como o rugby entrou nos Jogos com o sevens, um formato mais curto que o rugby union, também o críquete, cujas partidas na versão tradicional podem durar vários dias, tem opções mais curtas, como o Twenty20. De quebra, aumentaria tremendamente o apelo dos Jogos Olímpicos em países como Índia e Paquistão. Só não sei como fariam pra desmembrar a seleção das Índias Ocidentais.

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Xadrez

O norueguês Magnus Carlsen durante partida do match em que manteve o título mundial, contra o desafiante russo Ian Nepomniachtchi. Foto: Ali Haider/EFE/EPA

Antes que venham com chiadeira, xadrez é esporte, sim senhor. E tem o bônus de ser relativamente simples de organizar, sem precisar de instalações elaboradas, e permitir participantes de praticamente todos os países sem inchar demais o torneio.

Lacrosse

Partida de lacrosse entre Estados Unidos (de azul) e Polônia (de branco), em 2017. Foto: Jan Karwowski/EFE

Que tal um esporte cuja origem remonta aos povos nativos da América do Norte? Além disso, ele já chegou a compor o programa olímpico no começo do século passado.

Petanque

O francês Lambert Crist lança uma bola no torneio “Mondial de Petanque” em Marselha, em 2008. Foto: Guillaume Horcajuelo/EFE

Já temos bocha nos Jogos Paralímpicos, por que não incluir o petanque no programa olímpico? Eu sou especialmente favorável porque aumentaria muito a chance de meus amigos cambojanos conquistarem sua primeira medalha olímpica.

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Boliche

Campeonato de boliche feminino no Iêmen, em setembro de 2021. Foto: Yahya Arhab/EFE

A federação internacional do esporte já é reconhecida pelo COI, e o boliche já é disputado nos Jogos Pan-Americanos e nos Jogos Asiáticos.

Pádel ou squash

O argentino Agustín Tapia durante a final de um torneio de pádel em Madri, na Espanha. Foto: David Fernández/EFE

Por mim, qualquer um dos dois poderia entrar. O squash é mais tradicional e tem até reconhecimento do COI, mas o pádel está crescendo bastante e até o Vaticano poderia enviar um time.

Pelota basca

https://www.youtube.com/watch?v=d45uhH2l3xY

O esporte que já esteve nos programas de Paris-1900, Paris-1924, México-1968 e foi modalidade de demonstração em Barcelona-1992 bem que poderia ter um retorno triunfal. No Pan de Lima, em 2019, o Brasil conseguiu um bronze.

Sinuca

O inglês Ronnie O’Sullivan (aqui, em foto de 2005) é o atual líder do ranking mundial de sinuca e tem sete títulos mundiais no currículo, conquistados entre 2001 e 2022. Foto: John Gilles/EFE

Levante a mão (e entregue a idade) quem já viu o Rui Chapéu no Show do Esporte da Bandeirantes, derrotando inclusive campeão mundial!

Patinação

Apresentação durante a Copa do Mundo de Patinação Artística sobre Rodas de 2022, na cidade italiana de Trieste. Foto: Raniero Corbelletti/World Skate

Aqui, a facilidade está no fato de a federação internacional já ser a mesma do skate, que estreou em Tóquio com bastante sucesso. Dá para escolher o tipo de patinação para incluir nos Jogos Olímpicos: de velocidade, artística, freestyle, com patins tradicionais ou inline…

Sepak takraw

Essa versão radical do futevôlei originária do Sudeste Asiático está se espalhando pelo mundo, e o Brasil também já tem seleção nacional.

E, agora, as sugestões para o caso de o COI querer realmente inovar:

Ultimate frisbee

Oficialmente, o nome do esporte é apenas “Ultimate”, porque “frisbee” é marca registrada.

Balão

Sim, balão, aquele de festa. Basicamente, a regra é não deixar o balão cair, e os atletas precisam jogá-lo sempre para cima. Já existe campeonato mundial, o Brasil foi o quarto colocado e até o presidente do Peru mandou os parabéns ao atleta que trouxe o caneco para o país.

https://www.youtube.com/watch?v=NCJzfyvCiLEhttps://twitter.com/PedroCastilloTe/status/1448833246821822473

Pedra-papel-tesoura

Diz a Wikipedia que pedra-papel-tesoura já serviu para resolver uma pequena disputa dentro de um julgamento nos Estados Unidos, e para decidir qual de duas casas de leilão venderia uma coleção de obras de arte. Já está na hora de decidir medalhas olímpicas também.

Cabo de guerra

A equipe Okia, dos Países Baixos, compete na categoria 580 kg durante o Torneio Internacional de Cabo de Guerra de Sins, na Suíça, em maio de 2022. Foto: Urs Flueller/EFE/EPA

Seria o retorno de um clássico, que esteve nos Jogos Olímpicos entre 1900 e 1920. Apesar de ter saído do programa, a Federação Internacional de Cabo de Guerra (TWIF) continua a ter o reconhecimento do COI.

Queimada

Para encerrar a lista, um esporte amplamente praticado nas escolas brasileiras (pelo menos no meu tempo) e que já tem seu épico cinematográfico, estrelado por Ben Stiller e Vince Vaughn. Só precisaríamos definir qual entidade o COI precisaria reconhecer, se a Federação Mundial de Dodgeball (WDBF) ou a Associação Mundial de Dodgeball (WDA).

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