Quando eu morrer, não façam um bonecão meu por I.A. como o da Elis Regina pra debater soccer business
Meus amigos, Lombardo Gomes, seu ex-narrador em atividade. O jornalista esportivo da escola antiga mais morto que está vivo. Ontem mesmo me encontrei com o Velho Cronista, bebemos Campari, fumamos charuto e discutimos por horas a superioridade estética de Djalma Santos, tanto no pessoal, como no profissional.
Não há um dia sequer em que não nos flagremos surpreendidos pelo avanço tecnológico. Depois das sandálias Havaianas, do Vídeo Laser, do lenço umedecido e do VAR, que solucionou o erro de arbitragem com a ajuda do Paint Brush, agora nos vemos atocaiados pela Inteligência Artificial.
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Vejam, que coisa.
A Inteligência Artificial criou uma versão deep fake da Elis Regina e, assim, nos brindou com a aparição de uma versão deep fake da Elis Regina criada pela Inteligência Artificial entoando, com a naturalidade de um boneco de ventríloquo, o cafona hino do Belchior, aquele cantor que ficou famoso por ter contraído a maior dívida de estacionamento desde a invenção das bigas romanas.
Confesso, fiquei assustado. E se meus herdeiros, não por dinheiro, que não tenho, mas para uma tiração de sarro, que é hereditária, aproveitarem a minha passagem para criar um bonecão meu por I.A. com o intuito de participar de debates futebolísticos sobre "jogo apoiado", "passe decisivo", comentar balanços financeiros e especular sobre soccer business?
Printe-se: estão proibidos.
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É pique de jornada.
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