A menos de duas semanas da Assembleia Geral, os credores do Paraná Clube protocolaram um modificativo no plano de Recuperação Judicial (RJ) para evitar que parte deles corra o risco de ficar sem receber qualquer valor no final do processo.
A proposta é de que o pagamento das dívidas dos credores concursais (aqueles anteriores à RJ) também seja uma responsabilidade de quem adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Atualmente, o plano prevê a quitação destes passivos apenas com a venda da Sede da Kennedy.
Os credores incluíram o valor do imóvel da Kennedy para leilão em R$ 88,6 milhões, conforme avaliação do próprio Paraná Clube, e mínimo de 80% (R$ 70,8 milhões) em segunda praça, ou seja, caso não seja arrematado no primeiro lance.
No entanto, se a venda da Kennedy for por um valor inferior a este, o pedido é para que o clube – e o futuro dono da SAF – arque com a diferença. Essa seria a forma para que todos recebam., principal alteração proposta no modificativo.
O modificativo será votado na Assembleia Geral dos Credores, no próximo dia 24. Caso o novo plano da RJ seja aprovado na mesma data, o Tricolor dará andamento à venda da SAF, incluindo parte do valor para o pagamento dos credores. A expectativa é concluir o processo ainda neste ano.
Como funciona o valor a ser recebido pelos credores do Paraná Clube
Os credores do Tricolor estão divididos em categorias:
- Classe I – credores trabalhistas com dívida de até 150 salários mínimos;
- Extraconcursal – dívida feita após a Recuperação Judicial;
- Classes de Sobra – credores trabalhistas com dívida superior a 150 salários mínimos, quirografários, micro e pequenas empresas.
Independentemente do valor da venda da Kennedy, os credores extraconcursais receberão na íntegra, e os que precisam receber até 150 salários mínimos terão um deságio apenas até a possível venda por R$ 70 milhões. A diferença está justamente no desconto para as Classes de Sobra.
Se o plano atual for mantido e a venda da Kennedy ocorrer por R$ 30 milhões, os Credores de Sobra não receberão nenhum valor. Mesmo com a negociação do imível por R$ 40 milhões, eles ainda sofreriam um deságio de 99,32%.
O plano para a venda da SAF do Paraná Clube
A favorita para ficar com a SAF paranista é a Nextplay Capital Holding SA, que já negocia desde março. O grupo de empresários é liderado por Pedro Weber, que trabalhou no Azuriz e no América-RN e será o CEO do projeto em caso de desfecho positivo.

A empresa ainda tem a possibilidade de cobrir qualquer proposta que possa surgir nas próximas semanas. Os interessados teriam que oferecer, no mínimo, 10% a mais do que a proposta da NextPlay.
No edital, o Paraná Clube ainda detalhou os valores mínimos para investimento em diversas categorias. O montante varia de acordo com a divisão do Tricolor no futebol brasileiro. Além disso, existe a expectativa da construção de um novo centro de treinamento na sub-sede do Boqueirão.
- R$ 42 milhões para o pagamento das dívidas com a Receita Federal e o Banco Central
- R$ 10 milhões para a construção de centro de treinamento
- R$ 60 milhões para investimento na Vila Capanema
- R$ 10 milhões para o futebol em anos sem divisão no Campeonato Brasileiro
- R$ 21,9 milhões na Série D
- R$ 28 milhões na Série C
- R$ 46,8 milhões na Série C
- R$ 85 milhões na Série A