Tóquio-2021

Sem astros, seleção de futebol inicia caminhada rumo ao bicampeonato olímpico

A dificuldade da CBF em conseguir a liberação de alguns dos principais jogadores da seleção olímpica tirou boa parte do favoritismo do Brasil na briga por uma medalha, mas a estreia da equipe nos Jogos de Tóquio-2021 nesta quinta-feira (22), às 8h30 (horário de Brasília), diante da forte Alemanha, servirá para se ter uma noção da força do remendado time de André Jardine.

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Se a expectativa era que o Brasil defendesse o ouro olímpico no Japão com nomes como Neymar, Marquinhos, Weverton, Rodrygo, Vinicius Junior e Pedro, a realidade é que a seleção entrará em campo com Daniel Alves, Guilherme Arana, Gabriel Menino e Claudinho.

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Daniel Alves, de 38 anos, é o ponto de referência. Caberá ao jogador do São Paulo ditar o ritmo no meio, fazendo a ligação entre a defesa e o ataque. Fora de campo, Daniel usa a experiência de quase 15 anos na seleção principal para transmitir tranquilidade aos jovens. “Ele é sem palavras. Eu não o conhecia pessoalmente, de conviver, só de jogar contra. Tenho o Daniel como exemplo, por tantos títulos, é o cara que mais ganhou no futebol, então tem de respeitar. Estou feliz de estar aqui com ele. É um cara que junta o time”, disse o meia Claudinho, do Red Bull Bragantino.

A estreia do Brasil nos Jogos Olímpicos será em um local que traz boas lembranças ao torcedor brasileiro. Foi no Estádio Internacional de Yokohama que o Brasil conquistou o penta em 2002 após vitória por 2 a 0 sobre a Alemanha, com dois gols de Ronaldo Fenômeno. Dez anos depois, o Corinthians ganhou no mesmo estádio o Mundial de Clubes com um gol de Guerrero diante do Chelsea.

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O caminho da seleção até o jogo desta quinta foi cheio de percalços. O caso do atacante Malcom, ex-Corinthians, ilustra bem a situação. Ele foi convocado na lista inicial de Jardine ainda no dia 17 de junho. O problema é que o Zenit St. Petersburgo não liberou o atleta e a comissão técnica, então, resolveu chamar Martinelli, do Arsenal. Tudo mudou após Douglas Augusto, lesionado, acabou cortado do grupo. Aí, a CBF voltou a pedir ao Zenit a convocação de Malcom e conseguiu que o atacante se juntasse à seleção somente na noite da última segunda-feira, mais de um mês depois da convocação inicial.

Outra dor de cabeça enfrentada pelo técnico do Brasil foi com o goleiro Brenno, que não pôde embarcar para o Japão com o restante da delegação no fim de semana. Ele testou positivo para covid-19 em exame realizado no dia 15, na Sérvia. O jogador chegou a ser submetido ao exame de contraprova, mas o laudo não saiu a tempo do embarque. O que chamou atenção do departamento médico da seleção é que o atleta havia sido diagnosticado com a doença recentemente, por isso acreditava-se ser um caso de falso positivo, o que se confirmou depois.

Brasil e Alemanha vão reeditar em Yokohama a final dos Jogos do Rio, quando a seleção conquistou o inédito ouro nos pênaltis. “Naquela final, reuni minha família, estava em casa, nervoso. Todos os jogadores queriam estar no campo, ajudar, mas eram muitos jogadores qualificados e, graças a Deus, conseguimos ser campeões. Fiquei feliz. Hoje estou podendo disputar uma Olimpíada, se Deus quiser quero chegar à final e levar esse ouro olímpico ao Brasil”, disse Claudinho.

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Os alemães contam com uma talentosa geração, agora comandada pelo técnico Stefan Kuntz, campeão da Eurocopa de 1996 como jogador. Depois da Olimpíada de 2017, a seleção sub-21 chegou a três finais do Campeonato Europeu e conquistou dois títulos: 2017 e 2021. No fim de semana, a seleção ganhou destaque após abandonar o amistoso contra Honduras depois de o zagueiro Torunarigha ter sido alvo de ofensa racista.

O Brasil está Grupo D, ainda com Costa do Marfim e Arábia Saudita. O torneio reúne 16 times. Os dois melhores de cada chave avançam.

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