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Fé e superação: Braian Romero brilha após passagem discreta pelo Athletico

Por
Fernando Rudnick
26/01/2021 00:21 - Atualizado: 29/09/2023 20:12
Braian Romero brilhou pelo Defensa y Justicia.
Braian Romero brilhou pelo Defensa y Justicia. | Foto: Conmebol/Twitter

Aos 29 anos, o atacante Braian Romero coroou a melhor temporada de sua carreira no último sábado (23), em Córdoba, com o título da Copa Sul-Americana 2020. O argentino, que defendeu o Athletico em 2019, marcou o terceiro gol do Defensa y Justicia na vitória por 3 a 0 sobre o Lanús.

Treze meses após deixar a Baixada, Romero brilha como nunca. Artilheiro da competição, marcou dez gols em nove jogos. Ao todo, foram 14 bolas na rede em 19 partidas pelo Halcón, que tem o ex-atacante Hernán Crespo como treinador.

O número é quase cinco vezes maior do que o mesmo Braian anotou com a camisa 17 do Furacão. Por aqui, o argentino atuou em 24 jogos – dez como titular –, mas só deixou sua marca três vezes. Dois gols pelo Brasileirão e outro na Levain Cup.

Romero fez três gols pelo Furacão. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Romero fez três gols pelo Furacão. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A marca também não passa nem perto do que Romero registrou na elite do futebol argentino. Em cinco temporadas por Colón, Argentinos Juniors e Independiente, combinou para apenas 16 gols.

Concorrência e adaptação atrapalharam argentino no Athletico

O técnico Tiago Nunes, que comandou Romero no Athletico, é só elogios ao atacante. Ele aponta velocidade, resistência física e comprometimento tático como principais características do avante, além da presença de área.

“Ele sempre foi um atleta muito esforçado e dedicado ao trabalho, com ótima postura”, afirma Tiago.

Sobre o jogador não ter deslanchado no Brasil, o treinador cita a forte concorrência no elenco rubro-negro, que tinha Marco Ruben, Rony, Nikão, Marcelo Cirino e Thonny Anderson como opções ofensivas.

Há também a dificuldade de adaptação a um novo país e cultura. “Ele era um estrangeiro no Brasil. Era sua primeira oportunidade fora da Argentina e isso gera um aspecto de adaptação, natural para qualquer pessoa. Então, nada que desabone a passagem dele”, completa.

Romero superou doença para jogar futebol. Foto: Conmebol/Twitter.
Romero superou doença para jogar futebol. Foto: Conmebol/Twitter.

Fé, milagre e superação

A temporada de recordes e vitórias de Braian Romero fica ainda mais impressionante quando o início de carreira do argentino é colocado em perspectiva.

Em novembro de 2012, quando tinha 20 anos de idade, o atleta foi diagnosticado com artrite reumatoide, doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta as membranas sinoviais de múltiplas articulações.

“Fomos para o hospital, fiquei 15 dias internado e mal conseguia me mover da cintura para baixo. Fizeram muitos estudos para descartar as coisas. Em seis meses detectaram aquela doença. Um golpe”, contou Romero detalhou para ao jornal La Nacion.

Na época, Romero defendia o modesto Acassuso, da Primera B Metropolitana, equivalente à terceira divisão do futebol argentino. O sonho de se ter a carreira que sempre sonhou, então, se esfacelava.

Para amenizar as dores, tomava três comprimidos por dia e um corticoide por semana. "Mas nada funcionou e o reumatologista recomendou que eu parasse de jogar futebol. Eles me disseram que eu poderia até ter problemas para caminhar no futuro", recorda o ex-atleticano.

 Argentino nunca marcou tantos gols quanto na última temporada. Foto: Conmebol/Twitter.
Argentino nunca marcou tantos gols quanto na última temporada. Foto: Conmebol/Twitter.

A rotina de dores e remédios durou um ano e dois meses. Até que o jogador decidiu buscar ajuda na fé. Conheceu um pastor e começou a se aproximar cada vez mais de seu lado espiritual.

Certo dia, por conta própria, decidiu para de tomar a medicação. E, aos poucos, percebeu que as dores sumiram. O médico que decretou o fim da carreira não acreditou quando o viu recuperado.

Um verdadeiro milagre, garante Romero. "Não tenho dúvidas: nunca teria sido a pessoa que sou se não tivesse passado por essa doença. Acredito humildemente que através do futebol existe uma mensagem para as pessoas que sofrem. Às vezes, há uma saída", diz o improvável artilheiro da Sul-Americana.

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