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Eleição

Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos – do 3º ao 1º

Por
UmDois Esportes
23/03/2023 03:25 - Atualizado: 04/10/2023 22:50
Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos – do 3º ao 1º

São 90 anos do estádio, da cancha, do bunker, da praça esportiva do Coritiba. Casa erguida como Estádio Belfort Duarte, nos anos 30, remodelada e rebatizada para Couto Pereira, na década de 70, o endereço no Alto da Glória é o local, imaginado e realizado em concreto armado, em que a paixão alviverde aflora, vive e explode.

Estádio inaugurado em 20 de novembro de 1932, com um triunfo do Coxa sobre o América-RJ, por 4x2, que desde então, a cada duelo jogado no local, escreve uma nova e única história. Passagens que ao longo dos 90 minutos, e das nove décadas em que a bola rolou no gramado coritibano, encheram de fantasia e emoção, na alegria e na tristeza, o coração de gerações de torcedores.

Para recordar parte da trajetória do outrora Belfort Duarte, então Couto Pereira, o UmDois Esportes convocou torcedores, ex-jogadores, dirigentes e ex-dirigentes, jornalistas, entre outras personalidades, para eleger os 10 jogos mais importantes dos 90 anos do estádio.

Foram 42 votantes (a lista completa você confere mais abaixo) e 70 jogos diferentes lembrados. E abaixo você conhece a PRIMEIRA PARTE do top 10 com fotos históricas, ficha técnica e o comentário de personalidades que votaram no jogo para entrar entre os mais importantes da história do Coritiba!

Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos
Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos

Confira do 3º ao 1º lugar:

3º lugar: Coritiba 2x1 Santos - Brasileirão - 14/4/1985 - 19 votos

Os argentinos costumam usar uma expressão que define bem: "gol agónico" e, bem, a tradução você já imagina, gol agônico. Um gol em estado de agonia, angústia, aflição, apreensão, preocupação, tormento, desespero, martírio, ânsia, inquietude, sofreguidão e tantos quantos forem os sinônimos necessários para descrever o sentimento daquela bola que estufa a rede quando as esperanças já não se renovam mais.

Não foi o primeiro gol salvador do Coritiba, poderíamos lembrar de uma infinidade deles, como o de Paulo Vecchio no título de 1968 no clássico Atletiba. Mas o anotado por Lela, aos 45 minutos do segundo tempo, contra o Santos, pelo Brasileiro de 1985, talvez seja o mais significativo da história alviverde e, certamente, dos gols no finalzinho anotados no Couto Pereira.

O Coxa precisava vencer o Santos, já pelo segundo turno do Nacional de 1985, para seguir adiante na disputa que, mais tarde, o conjunto alviverde levantaria em pleno Maracanã, na finalíssima com o Bangu. E quando Vavá marcou, aos 25 minutos do primeiro tempo, em pênalti sofrido por Toby, a impressão era de que a passagem de fase viria sem sustos.

Nem mesmo o gol de empate, marcado por Márcio Rossini, logo em seguida, aos 29, foi capaz de esfriar a confiança dos mais de 30 mil torcedores no Alto da Glória. O Coxa já vinha se mostrando um time cascudo o suficiente, sob o comando do matreiríssimo técnico Ênio Andrade, para obrigar o responsável pelo placar a trabalhar nos 65 minutos de bola rolando que ainda restavam.

Mas Wilson Carlos dos Santos apitou o final do primeiro tempo e: tudo igual, 1 a 1. Ficou, então, para os 45 derradeiros a missão de angariar, naquela época, os necessários dois pontos. Passaram-se 10 minutos e: nada. Mais 10 minutos e: nada. Outros 10 minutos, o relógio já avançava pelos 30 e ninguém mais conseguia ficar sentado no estádio.

Para quem está em desespero, 15 minutos de jogo ainda é uma eternidade. Mas o ponteiro rompeu os 40 minutos da etapa final e aí o destino coxa-branca parecia já precisar de uma ajuda extra, de quem quer que fosse, vinda do céu ou, até mesmo, do inferno, para colocar o Coritiba em vantagem. Foi quando, então, uma luz divina iluminou o ataque alviverde.

O gol da classificação começou com Dida, que cruzou na área. A bola passou por Toby, foi encontrar Marco Aurélio e sem o mineiro de Muriaé nada teria sido possível. Num palmo de grama, próximo da marca do pênalti, o atacante fintou um marcador, preparou o chute e, num átimo de segundo, percebeu que Lela, à sua direita, estava melhor posicionado para arrematar o lance.

Exatamente na última volta do ponteiro no tempo regulamentar, Lela disparou o chute fundamental, o arremate primordial, mandou a bola em direção reta, como o primeiro chute de um bebê, e pôs o 2 depois de Coritiba no alto do placar. O Santos, por sua vez, tinha um só, e ficou assim.

Bola no canto direito de Marolla, Lela correu em direção da bandeirinha de escanteio posicionada à esquerda de quem ataca para as traves da Igreja do Perpétuo Socorro, no rosto estampada a clássica careta que o fez figura legendária com a camisa coxa-branca. E lá, despencou na grama, como se tivesse queimado o último fiapo de energia para manter a equipe viva no Nacional de 1985.

Ouça abaixo o comentário do ex-jogador Rafael Cammarota!

Veja foto:

A capa da Tribuna:

"Coxa classificado! Gol no velho estilo!"

Ficha técnica:

Coritiba
Rafael; André, Gomes, Vavá e Dida; Almir, Marco Aurélio e Tobi; Lela, Índio e Édson (Vicente). Técnico: Ênio Andrade.

Santos
Marolla; Paulo Roberto, Márcio Rossini, Toninho Carlos e Paulo Róbson; Dema, Humberto e Formiga; Gallo (Gersinho), Lima e Zé Sérgio. Técnico: Carlos Castilho.

Local: Couto Pereira (Curitiba).                                 
Árbitro: Wilson Carlos dos Santos.                                
Renda: Cr$ 157.649.000,00.                                      
Público: 31.549.
Gols: Vavá (C), aos 25/1º tempo, Márcio Rossini (S), aos 29/1º tempo; Lela (S), aos 45/2º tempo.

2º lugar: Coritiba 1x0 Atlético-MG - Brasileirão - 24/7/1985 - 21 votos

Para alcançar a final do Brasileiro de 1985, a primeira de uma equipe paranaense na história, o Coxa tinha como adversário na semifinal o Atlético-MG, coalhado de jogadores com passagem ou selecionáveis para o conjunto nacional, tais como João Leite, Nelinho, Luisinho, Paulo Isidoro, Sérgio Araújo, Reinaldo e outros.

Não bastasse, o Galo vinha de longa invencibilidade e o Coxa ainda entraria em campo com desfalques sensíveis, a começar pelo goleiro Rafael, mais dois outros titulares, o volante Marildo e o atacante Lela. Quem substituiria Rafael seria Jairo, legendário arqueiro alviverde, mas já há seis meses esquentando o banco de reservas.

Não havia a menor dúvida, naquela altura, que a equipe coritibana era capaz de superar os mais variados obstáculos. Mas, depois dos 90 minutos no Couto Pereira, no primeiro duelo que valia a passagem para a decisão, ficou evidente que o conjunto formado pelo técnico Ênio Andrade poderia, sim, ficar com o caneco do Nacional.

A representação mineira iniciou segurando o jogo, mastigando a bola. Ataques de parte a parte foram se sucedendo, mas nada de gol. Até que, aos 25 minutos, o avante Édson, do Coxa, foi atingido por uma garrafada e deixou o campo para ser atendido por Osvaldo Sarti, uma espécie de massagista, médico, mas, especialmente, mandingueiro daquela equipe. Era a senha de que, a partir dali, coisas incríveis começariam a acontecer.

Logo aos 30 minutos, Jairo foi cobrar um tiro de meta e um apagão pôs em puro breu o setor da Rua Mauá, paralisando a partida. Foram 20 minutos de espera, com os jogadores trocando ideia no gramado do Alto da Glória. E o intervalo forçado parece ter surtido efeito positivo para os donos da casa. O Coxa voltou melhor e não fosse por João Leite o placar teria sido mexido após arremate de Toby.

Os mais de 30 mil coxas presentes ao Couto Pereira precisariam esperar mais para explodir em alegria, mas não muito. Foi logo aos 13 minutos da etapa final que a bola veio do lado esquerdo e foi encontrar o pé do zagueiro Heraldo, dentro da área. O chute, seco, surpreendeu João Leite, que, impávido colosso, nada pôde fazer: 1 a 0 para o Coritiba.

Num confronto tão equilibrado, a vantagem mínima se mostrou máxima na segunda partida, no Mineirão. Mesmo que o goleiro Rafael, de volta ao time, tenha protagonizado atuação que lhe valeu a canonização pelos coritibanos que, a partir de então, passaram a se referir ao arqueiro somente como São Rafael. Ao final do duelo em Minas, 0x0 e Coxa na final do Brasileirão 1985.

Ouça abaixo o comentário do ex-jogador André Ranzani!

Galeria de fotos:

A capa da Tribuna:

"Libertadores está próxima!"

Ficha técnica:

Coritiba
Jairo; André, Gomes, Heraldo e Dida; Almir, Marco Aurélio e Toby ; Gil, Índio (e Édson. Treinador: Ênio Andrade.

Atlético-MG
João Leite; Nelinho, Olivera, Luisinho e João Luís; Elzo, Paulo Isidoro e Éverton (Vítor Capucho); Sérgio Araújo (Alisson), Reinaldo e Edivaldo. Treinador: Cento e Nove.

Local: Couto Pereira (Curitiba).                                 
Árbitro: Carlos Sérgio da Rosa Martins (RS).                                
Renda: Cr$ 357.675.000,00.                                      
Público: 33.041 pagantes.
Gol: Heraldo (C), aos 12/2º tempo.

1º lugar: Coritiba 6x0 Palmeiras - Copa do Brasil - 5/5/2011 - 27 votos

A história do jogo mais importante de todos os tempos da casa do Coritiba foi contada em matéria especial produzida pelo UmDois Esportes, e assinada por Fernando Rudnick, quando a partida completou 10 anos, em 2021. Você lê o início do texto abaixo e, para curtir o material completo, clica no link em seguida.

Como, há 10 anos, o Coxa moeu o Palmeiras e virou recorde no Guinness. E a influência de Mario Kart…

Uma goleada estrondosa. Uma marca histórica. Um time inesquecível. Há dez anos, em 5 de maio de 2011, essa combinação colocou o Coritiba nas manchetes do mundo do futebol.

Ao massacrar o Palmeiras por 6 a 0, no Couto Pereira, na primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil, aquele Coxa que jogava por música (e comemorava com trenzinho) alcançou incríveis 24 vitórias consecutivas. Meses depois, a marca virou recorde mundial homologado pelo Guinness Book.

A honraria, no entanto, caiu quatro anos depois, quando o mesmo livro dos recordes revisou seus critérios e reconheceu que o holandês Ajax emendou 26 triunfos seguidos entre 1971 e 1972.

Mas hoje, uma década depois, a perda do status de “o mais vitorioso do mundo” – que até virou campanha de marketing do clube – não passa de um mero detalhe para o torcedor.

O que vale são os feitos e a nostalgia de uma equipe que não somente venceu, mas encantou as arquibancadas. Um ataque potente, de 74 gols – média de três por partida e apenas cinco triunfos por diferença mínima –, e uma defesa sólida, que sofreu apenas 16.

Clique para ler a reportagem completa!

Ouça abaixo o comentário do presidente Glenn Stenger!

Galeria de fotos:

A capa da Tribuna:

"Seis papudo!"

Ficha técnica:

Coritiba
Edson Bastos; Jonas, Pereira (Cleiton), Emerson, Lucas Mendes; Leandro Donizete (Willian), Léo Gago, Rafinha (Geraldo) e Davi; Anderson Aquino e Bill. Técnico: Marcelo Oliveira.

Palmeiras
Marcos; Márcio Araújo, Danilo, Leandro Amaro e Rivaldo; João Vitor (Chico), Marcos Assunção, Patrik (Wellington Paulista) e Lincoln (Adriano); Kleber e Luan. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Local: Couto Pereira (Curitiba).                                 
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS).
Amarelos: Leandro Donizete, Rafinha e Cleiton (C); Luan, João Vitor e Danilo (P).
Vermelho: Rivaldo (P).                                
Renda: R$  848.620,00.                                      
Público: 28.870 pagantes.
Gols: Emerson (C), aos 11’/1º tempo; Davi (C), aos 21/1º tempo, Léo Gago (C), 43/1º tempo; Bill (C), aos 10/1º tempo, Geraldo (C), aos 45/ 2º tempo e Anderson Aquino (C), aos 48/2º tempo.

Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos – 10º ao 7º lugar

Os 10 maiores jogos da história do Coritiba em casa; veja eleitos – do 6º ao 4º lugar

Os votantes:

Glenn Stenger (presidente), Rafael Cammarota (ex-jogador), Guilherme de Paula (jornalista), Luiz Espeto (torcedor e ex-dirigente), Vavá (ex-jogador), Marcelo Oliveira (ex-técnico), Édson Mauad (ex-presidente), João Carlos Vialle (ex-dirigente), Leonardo Mendes Júnior (jornalista), Fernando Prass (ex-goleiro), Luiz Bettenheuser (torcedor), Wanderlei Silva (torcedor), Leandro Requena (torcedor), Carneiro Neto (jornalista), Augusto Mafuz (jornalista), Rodrigo Weinhardt (ex-assessor de imprensa), Rodrigo Papov (torcedor), Juarez Moraes e Silva (presidente afastado), Nadja Mauad (jornalista), Luizão Stellfed (torcedor), Tostão (ex-jogador), Joel Malucelli (ex-presidente), Heraldo (ex-jogador), Ademir Alcântara (ex-jogador), Jacob Mehl (ex-presidente), Valmir Gomes (jornalista), Pachequinho (ex-jogador e ex-técnico), Capitão Hidaldo (ex-jogador e jornalista), Keirrison (ex-jogador), Giovani Gionédis (ex-presidente), Alex (ex-jogador), Serginho (ex-jogador e jornalista), Guilherme Straube (historiador), André (ex-jogador), Wilson (ex-jogador), Paulo Mosimann (jornalista e assessor), Rodrigo Fernandes (jornalista), Cristian Toledo (jornalista), Pierpaolo Petruzziello (torcedor), Édson Militão (jornalista), Tcheco (ex-jogador) e Edu Brasil (jornalista).

Coleta dos votos: equipe UmDois Esportes.

Textos e pesquisa: André Pugliesi.

Fotos: Arquivo GRPCOM.

Colaborou: Ana Rossini.

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