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Carneiro Neto
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Atlético, Coritiba e Paraná: o ‘cada um por si’ do futebol paranaense

Por
André Pugliesi
20/07/2017 20:47 - Atualizado: 27/09/2023 19:41
Atlético, Coritiba e Paraná: o ‘cada um por si’ do futebol paranaense

Texto de Carneiro Neto

Outro dia o Atlético quis alugar o estádio do Coritiba para uma partida da Libertadores porque havia cedido a sua arena para a Liga Mundial de vôlei.

Pressionada por setores da torcida, contrários a cessão do estádio para o arquirrival, a diretoria coxa-branca, para reforçar o argumento, alegou mudanças no gramado e foi jogar na Vila Capanema.

Agora foi a vez de o Paraná reclamar: o Atlético contratou o goleiro Léo, emprestado pelo São Paulo.

Faz lembrar a célebre frase da primeira ministra britânica Margaret Thatcher: “Não existe essa coisa de sociedade”. Ela reforçou a crença ultraliberal do individualismo. Cada um pensa em si, depois nos mais próximos e muito longe da sociedade em geral.

Como o Brasil ainda não conseguiu criar um conceito de Nação, provavelmente pelas poucas guerras que enfrentou, marca passo histórico com maus políticos, conflitos ideológicos ultrapassados e constante crise econômica.

O mais perturbador politicamente é a maneira com que é manipulada as massas, quando se oferece para elas a promessa de que o governo irá realizar seus desejos. Promessas não cumpridas criam o populismo e o clientelismo.

A promessa de satisfação geral é falsa, mas muito útil para os políticos. E os dirigentes esportivos usam os mesmos artifícios para iludir os torcedores.
O esporte apenas reflete o cotidiano do país.

Não existe essa coisa de futebol paranaense. Cada clube, cada dirigente e cada torcedor só se preocupam com o seu time. É a chamada lei de murici, cada um por si.

Mesmo quinta economia do país, o Paraná permanece distante dos maiores centros futebolísticos.
Os nossos principais clubes são tratados como periféricos, pois só de vez em quando alcançam algum brilho no cenário nacional.

Entra ano e sai ano e a dupla Atletiba – a maior expressão do futebol estadual – vive de recomeços e promessas.

Novidades mirabolantes que, infelizmente, não trazem títulos relevantes ou, ao menos, alegria permanente as torcidas.

Ao contrário, as mirabolâncias dos dirigentes agregam alguns gramas ao fardo financeiro dos clubes com as constantes trocas de treinadores e intensa rotatividade de jogadores.

Contratações de veteranos com reduzidos recursos físicos e técnicos, jogadores sem espaço nos grandes centros e experiências mal sucedidas tem sido a marca desse futebol de perdidas ilusões.
Como sempre a assombração aparece depois de insistentemente convocada.

Falta aos clubes planejamento profissional, filosofia moderna na formação dos elencos e ousadia aos gestores.

O barato sempre sai caro e não apresenta resultados satisfatórios.

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