Opinião

Após “investidor russo”, Paraná precisa explicar nova “proposta milionária”

Marcelo Medeiros ao lado de Paulo Fales, ex-atleta do Paraná

Assim como em 2020, o Paraná começou a temporada atual com a promessa de um “investimento milionário”, desta vez na figura do ex-conselheiro e empresário de jogadores, Marcelo Medeiros. No ano passado, a esperança vinha de um suposto investidor russo. Teve até chegada de helicóptero na sede da Kennedy.

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Entre acaloradas reuniões de conselheiros e a até agora mal explicada participação de Felipe Ximenes, deu em nada. Virou folclore, piada. Nada de russos, nada de dólares, nada de nada. Após fracassar nas tratativas de parceria, o ex-presidente Leonardo Oliveira acabou entregando o clube na Série C.

Ele renunciou dizendo que deixou o Tricolor em situação “infinitamente melhor”. Será que vendo o Paraná fazer vaquinha pra cuidar dos gramados do CT e da Vila, dependendo de doações para os custos mais básicos, sem verba de TV, ainda acha isso? Se tiver o mínimo de senso de realidade, não. Oliveira assumiu o Paraná em estado complicado. Mas o seu legado foi terrível. 2021 já está aí para comprovar. E a temporada está só começando.

Neste ano, foi a vez de Marcelo Medeiros pintar como “salvador da pátria”. Ex-conselheiro do clube, empresário de alguns poucos atletas, Medeiros não explicou nem de onde viriam os recursos, nem como seriam aplicados. O suposto aporte seria de R$ 1,4 milhão para o ano todo. Mas nem este valor Medeiros foi capaz de confirmar. Em entrevista ao UmDois, se apegou às evasivas, saiu pela tangente. Falou, falou e não disse nada.

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Como muitos outros “salvadores” do Paraná, Medeiros disse que “só quer ajudar”. Sem cargo no clube, se expressou ainda como se fosse figura influente do departamento de futebol: “A gente vem avaliando o elenco a cada dia”, garantiu, como o gerente de futebol que não é.

Aliás, o suposto aporte só veio a público pelo ex-gerente, Moisés Von Ahn, até então espécie de homem de confiança de Medeiros no clube (a confiança era tanta que o suposto investimento estava de certa forma atrelado à permanência do profissional). Demitido, Von Ahn acusou o presidente interino Casinha de ter recusado a oferta de Medeiros. Casinha negou. E nunca mais respondeu sobre o assunto.

Aliás, um traço em comum com Oliveira o veterano dirigente já vem demonstrando: o apego pelo silêncio, a fuga das entrevistas. Apesar dos inúmeros pedidos, de diferentes veículos, Casinha se cala, assim como também já havia feito o antecessor. Está virando praxe no clube. Deve ser a falta de respostas.

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Diante de tantos maus presságios, a torcida pena, sofre, como na vexatória goleada para o Coritiba. O time é limitado, a diretoria não tem dinheiro, é temporária, a Série C está logo aí. Talvez o sonho do investidor salvador seja consequência deste cenário desesperador. Mas é preciso ter cuidado para não virar mais um pesadelo no calvário tricolor.

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