Dívidas da Copa do Mundo

Cinco perguntas para entender por que a ‘novela’ da Arena está perto do fim

Por
Fernando Rudnick
23/12/2022 21:36 - Atualizado: 04/10/2023 23:07
Arena da Baixada
Arena da Baixada | Foto: Atila Alberti/UmDois Esportes

Quase nove anos após a realização da Copa do Mundo do Brasil, a novela envolvendo a reforma da Arena da Baixada nunca esteve tão próxima do fim.

Os últimos acontecimentos apontam que uma solução definitiva, acordada entre Athletico, governo estadual e prefeitura de Curitiba, deve ser apresentada no início de 2023.

Abaixo, confira cinco perguntas e respostas sobre o tema:

Desde quando o assunto está na Justiça?
Curitiba recebeu quatro jogos do Mundial, em 2014, e desde então o pagamento das obras do estádio virou um problema gigantesco, com implicações nos tribunais, idas e vindas e surpresas no caminho.

Por que a demora é tão grande?
O grande empecilho sempre foi a discordância do município com a divisão da conta. O teto considerado era de R$ 184,6 milhões, valor que consta no termo aditivo do Acordo Tripartite, de 2011. O argumento era de que qualquer quantia superior a essa necessitaria passar por um ritual legal, com aprovação na Câmara de Vereadores.

Porém, a construção do estádio ficou bem mais cara: foi finalizada para o Mundial por R$ 346,2 milhões, valor que o Athletico sempre insistiu que deveria ser dividido por três. Só recentemente a prefeitura passou a "aceitar" esse valor e começar desenhar um novo tripartite.

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O que fez a prefeitura "mudar de ideia"?
Há alguns fatores importantes. Resolver a situação de uma vez por todos é um deles, mas também houve sinalização da Justiça quanto à divisão do valor total por três, conforme processo transitado em julgado no Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), em agosto.

Após a decisão do tribunal, o Athletico desamarrou outro nó que atrapalhava a resolução da história: as desapropriações realizadas pela prefeitura para a reforma do estádio. Em novembro, o clube assinou acordo para pagar ao todo R$ 36,1 milhões parceladamente.

A foto entre o prefeito Rafael Greca e o presidente Mario Celso Petraglia marcou o "caminho livre" para o novo tripartite, que agora está sendo desenhado entre as partes, novamente com emissão de títulos de potencial construtivo para serem vendidos pelo Athletico no mercado.

Greca e Petraglia assinaram acordos envolvendo a Arena da Baixada.
Greca e Petraglia assinaram acordos envolvendo a Arena da Baixada.

Quais são os próximos passos?
Antes mesmo de Athletico e o município se "acertarem", o governo do estado já havia criado, em maio, um comitê especial para tratar da confecção de um novo aditivo contratual.

Agora, é preciso que esse novo acordo seja finalizado e celebrado entre as partes, mas há um porém: é necessária aprovação na Câmara de Vereadores. Caso isso não aconteça, haverá um novo problema no caso.

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por outro lado, já aprovou emenda que perdoa multas e mora dos empréstimos tomados pelo Athletico, via governo estadual, para a reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014.

Afinal, quanto cada parte vai pagar?
Há pelo menos dois anos, o Athletico tem negociado com a Fomento Paraná – autarquia do estado que emprestou R$ 291 milhões para a realização da obra – como pagar o financiamento.

O clube pretende fazer uma entrada de aproximadamente R$ 50 milhões e parcelar o restante em 20 anos. O montante ficaria na casa de R$ 500 milhões, já sem a cobrança de multas e juros moratórios.

Nessa conta, as parcelas de estado e município são maiores do que do clube, que já pagou cerca de R$ 55 milhões da reforma fora do financiamento. No entanto, a soma total da dívida será quitada em três partes iguais.

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Fernando Rudnick é formado em jornalismo e pós-graduado em comunicação esportiva. Sempre repórter, começou a cobrir o dia a dia dos times paranaenses em 2009, quando entrou na Gazeta do Povo. Atualmente, é coordenador do UmDois Es...

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