Violência

PM diz que há três versões para morte de torcedor do Paraná e defende uso da cavalaria

Polícia Militar presta entrevista coletiva sobre morte de torcedor do Paraná

O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, Coronel Hudson Leôncio Teixeira, revelou que existem três versões para a morte do torcedor Mauro Machado Urbim, presidente da torcida organizada do Paraná Clube, Fúria Independente.

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Maurinho, como era conhecido, morreu no último sábado (30), nos arredores da Vila Capanema, no intervalo da partida entre Tricolor e Cascavel, pela Série D do Brasileirão.

A principal versão da morte é de que o torcedor sido pisoteado por um cavalo da PM após cair e bater a cabeça no chão – os policiais ouvidos até aqui no inquérito negam esta versão.

“Já ouvimos 11 policiais militares da cavalaria, também pedimos perícias do estádio, da situação, buscamos filmagens do estádio, das proximidades, com o objetivo de esclarecer logo o que ocorreu”, iniciou Teixeira, que em seguida citou as três versões da morte de Urbim que chegaram à Polícia Militar.

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“Uma delas diz que o senhor Mauro corria no momento do fato, tropeçou e bateu a cabeça no chão”, revelou.

“Uma segunda versão dá conta de que o senhor Mauro havia caído ao tentar tirar uma bandeira de um lugar um pouco alto. E uma terceira menciona que houve um tumulto e que a cavalaria havia atuado de forma a fazer a dispersão deste tumulto”, continuou Teixeira.

A corporação informa que ainda aguarda os laudos e exames de lesões que serão anexados ao inquérito policial militar aberto para apurar o caso.

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Cavalaria nega que torcedor tenha sido pisoteado e reforça versão de invasão

Responsável pela cavalaria da PM, o Major Juliano Cacciattori revelou que os policiais montados que atuaram no episódio envolvendo a morte do torcedor negaram que este tivesse sido pisoteado por um dos animais. “Havia nove policiais montados e dois policiais que davam apoio e estavam a pé”, explicou.

“Eu conversei com todos os policiais e nenhum policial afirmou que o seu animal pisou no torcedor”, prosseguiu.

Ainda segundo Cacciattori, o episódio aconteceu quando cerca de 80 torcedores do Paraná se dirigiram à entrada da torcida do Cascavel no estádio. Após o jogo, a própria torcida do Cascavel negou qualquer tentativa de invasão dos paranistas, assim como a própria Fúria Independente.

“Os policiais presenciaram cerca de 80 torcedores do Paraná Clube se aproximando da entrada da torcida adversária, momento em que pediram que se acalmassem, retornassem, mas continuou aglomerando torcedores. Os policiais não foram ouvidos e foi necessária uma ação de repelir para que os torcedores se afastassem”, relata Cacciattori.

“Oficialmente, pelo policiais que trabalharam, nenhum relatou que seu animal pisou o torcedor”, completou.

PM defende uso da cavalaria em jogos de futebol e cita jogos de Coxa e Athletico

A PM também reforçou a defesa pelo uso de cavalaria montada em eventos esportivos. “Deixar claro para todos que o emprego da cavalaria nesses eventos é fundamental para a preservação da vida humana”, defendeu Teixeira.

“Tivemos casos, como jogo do Coritiba e Palmeiras, em que se não fosse a atuação da cavalaria, muitas pessoas seriam vitimadas em razão daquele tumulto. Tivemos também outra situação envolvendo Athletico e outro time que não me recordo de imediato, onde também a atuação da cavalaria foi essencial”, continuou.

O Major Cacciattori também defendeu o uso da cavalaria. “A última situação que a cavalaria faz é usar a força”, disse. “O cavalo, naturalmente, evita pisar. Se ele pisa em alguma coisa mole, que é diferente do piso, ele tira o pé. Então, ele não tem essa característica de pisar em algo diferente”, arrematou.

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