Renúncia

Linha do tempo: O fim da “era Leonardo Oliveira” no Paraná

Leonardo Oliveira foi empossado presidente do Paraná em 2015.

A “era Leonardo Oliveira” chegou ao fim no Paraná na noite da última terça-feira com o pedido de renúncia do cargo de presidente. O dirigente, que ficou marcado pela conquista do acesso à Série A após longo período, ocorrido em 2017, também pode ficar na história pela pífia campanha na Segundona 2020/2021, que pode culminar com o rebaixamento inédito do clube para a Série C.

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Relembre como foi a “Era Leonardo Oliveira” no Paraná

2015: A derrocada de Rubens Bohlen e o início da era

Leonardo Oliveira fez parte da diretoria comandada por Rubens Bohlen como vice-presidente de finanças. Em março de 2015, quando o então presidente renunciou, após sofrer ameaças, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, assumiu a função até dezembro. Nas eleições, Leonardo Oliveira, com apenas 35 anos na época, apoiado pela Torcida Organizada Fúria Independente, foi eleito o novo mandatário do Tricolor.

2016: Insucessos no gramado

Vavá e Leonardo Oliveira em 2016. Foto: Arquivo/Gazeta do Povo.

Em sua primeira temporada como comandante do Paraná, Leonardo Oliveira contou com o retorno do ex-volante Beto Amorim e de Durval de Lara Ribeiro, o Vavá, para o comando do departamento de futebol e com Claudinei Oliveira como técnico.

No Campeonato Paranaense, o Tricolor chegou até as semifinais, sendo eliminado pelo Athletico nas penalidades, em plena Vila Capanema. Pela Copa do Brasil, acabou sendo eliminado pela Chapecoense logo na segunda fase.

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Na disputa da Série B, o Paraná “penou” e quase foi rebaixado para a Terceirona, ficando em 15º, com apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.

2017: O grande triunfo do Tricolor

Leonardo Oliveira e Rodrigo Pastana na temporada do acesso.

A temporada de 2017 ficou marcada na história do Paraná e, consequentemente, na “era Leonardo Oliveira”. “Fechado” com o executivo de futebol Rodrigo Pastana, o dirigente conseguiu o maior feito do Tricolor na década, que foi o acesso à Série A após dez anos no segundo escalão do futebol brasileiro.

Apesar do sucesso, a temporada foi marcada por alguns obstáculos. Como a saída surpreendente do técnico Wagner Lopes, que aceitou uma proposta do exterior e deixou o clube, a contratação do desconhecido Cristian de Souza e a sua campanha irregular, a arrancada com Lisca e a sua demissão após briga com a comissão técnica.

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Veio então a efetivação de Matheus Costa, o jogo inesquecível contra o Internacional, com 40 mil torcedores, na Arena da Baixada, e o esperado acesso contra o CRB, em Maceió.

Leonardo Oliveira na comemoração do acesso. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo.

Fora dos gramados, Leonardo Oliveira conquistou outra importante vitória, com a assinatura do Ato Trabalhista – no qual 20% dos recursos financeiros são destinados diretamente para a quitação de processos. Ele mesmo ficou no cargo de interventor, com o salário mensal de R$ 25 mil.

2018: Reeleição, ruptura com Werner e campanha vexatória no Brasileirão

Se em 2017 a torcida do Paraná não teve do que reclamar, a história acabou sendo diferente na temporada seguinte. Com uma péssima campanha no Campeonato Paranaense e uma eliminação precoce na Copa do Brasil, o Tricolor foi terrível em sua volta à elite do futebol brasileiro, tendo a terceira pior campanha da história dos pontos corridos, com apenas 23 pontos.

Leonardo Oliveira deu carta branca ao executivo de futebol Rodrigo Pastana e acabou “naufragando” no Brasileirão. Nos bastidores, houve ainda a ruptura do presidente com o empresário Carlos Werner, que vinha ajudando o clube nas últimas temporadas. Fora de campo ainda, o mandatário paranista conquistou duas vitórias importantes: a reeleição e uma medida provisória que deu a posse da Vila Capanema ao Paraná por 30 anos.

Casinha e Leonardo Oliveira nas últimas eleições do clube. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo.

2019: Bastidores “quentes” e a criação de nova marca

A temporada de 2019 do Tricolor novamente não foi como a torcida esperava. No Estadual, uma péssima campanha. Na Série B, o acesso escapou por seis pontos, principalmente, por conta do grande número de empates – a equipe terminou a competição em sexto.

Fora de campo, com menos de dez meses após as eleições, a diretoria paranista sofreu três renúncias – dois vices-presidentes e um gestor financeiro. As divergências com Leonardo Oliveira foram fundamentais para que o trio se despedisse.

Na mesma temporada, o Paraná criou a marca de materiais esportivos Valente, que foi muito bem aceita pela torcida.

Leonardo Oliveira conviveu com renúncias em 2019. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes.

2020: E os russos, Leonardo Oliveira?

O grande dilema da temporada 2020 era se o Paraná iria, enfim, terceirizar o seu departamento de futebol. Logo no início do ano, investidores russos se reuniram com a diretoria para fechar contrato. Mas, veio a pandemia de coronavírus e o acerto ficou mais distante.

Com pouco dinheiro, o Tricolor investiu em um time barato para a Série B. E até que vinha dando certo quando contava com o técnico Allan Aal no comando. Porém, em uma decisão inesperada de Leonardo Oliveira, o treinador foi demitido junto com o executivo de futebol Alex Brasil. E a derrocada foi gigante.

O time, que chegou a ser líder da Segundona, foi parar na Série C e agora espera por um milagre para se salvar do rebaixamento. Antes que isso acontecesse, Leonardo Oliveira disse tchau.

Em 2020, Leonardo Oliveira foi pouco visto nos bastidores do Paraná e quase não deu entrevista. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes.

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