Após chamar repetidas vezes, durante entrevista, o piloto inglês heptacampeão, Lewis Hamilton, de “neguinho”, o ex-piloto brasileiro, Nelson Piquet, virou alvo de denúncia no Ministério Público.
O brasileiro tricampeão da Fórmula 1 também é alvo de ações públicas por danos morais com indenização solicitada em R$ 10 milhões. As informações são da Folha de S. Paulo.
O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) confirmou o recebimento da queixa, que ainda segue em análise, mas sem dar maiores detalhes sobre a acusação.
Ainda de acordo com a Folha, três deputadas federais são as autoras da denúncia contra Piquet. Já as ações públicas foram protocoladas por entidades de defesa aos direitos da população negra e da comunidade LGBTQIA+.
“As Associações Autoras Requerem reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQA+, e ao povo brasileiro de modo geral, em razão das graves ofensas racistas e homofóbicas vociferadas pelo réu, com a responsabilidade de quem porta a imagem pública de esportista tricampeão mundial de Fórmula 1 brasileiro”, declara trecho da petição pública contra Piquet.
Vettel pede ações da Fórmula 1 contra Piquet
Nos últimos dias, o tetracampeão alemão, Sebastian Vettel, pediu ações da Fórmula 1 contra as falas racistas de Piquet.
“É mais do que apenas os últimos dias, se formos muito honestos. Provavelmente é o que ele [Hamilton] passou, e sua família, toda a sua vida. Acho que não deveria haver espaço para esses tipos de comentários, mas ainda os temos muito”, declarou.
“A Fórmula 1, neste sentido, tem a responsabilidade de resolver estes problemas, o que acho que estamos tentando”, reforçou Vettel.
Fala de Piquet sobre Hamilton teve repercussão negativa internacional
A polêmica entrevista foi concedida por Piquet ainda em novembro do ano passado, mas os trechos das falas foram recuperados na última semana. Além de racismo, o brasileiro também foi acusado de usar termo homofóbico contra Hamilton.
As falas foram alvo de repúdio da Fórmula 1, da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), da Mercedes, bem como de outras equipes e pilotos. A Fórmula 1, inclusive, estuda banir Piquet do paddock da categoria.
Piquet já foi suspenso também do Clube de Pilotos Britânico, do qual fazia parte como membro honorário. O brasileiro, por sua vez, chegou a divulgar uma nota oficial pedindo desculpas a Hamilton, mas negando ter sido racista.
Piquet foi ainda defendido por figuras como o piloto Max Verstappen, que também é seu genro, e pelo dirigente britânico Bernie Eccelstone, de 91 anos. Já Hamilton pediu para que as “vozes antigas” da Fórmula 1 sejam ignoradas.