Futebol
Entrevista exclusiva

Matheus Costa se consolida no Operário, elogia Ponta Grossa e comemora vitória sobre o Coxa

Por
Luana Kaseker
28/07/2021 13:41 - Atualizado: 04/10/2023 17:55
Matheus Costa foi expulso contra o Coritiba
Matheus Costa foi expulso contra o Coritiba | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois

O técnico Matheus Costa vive um grande momento na carreira ao completar nove meses no comando do Operário. O Fantasma é o atual oitavo colocado na Série B, com 21 pontos, brigando para alcançar o G4.

Na última rodada, o Operário venceu o Coritiba por 1 a 0, quebrando uma invencibilidade de 10 jogos do rival da capital. O time fez um bom jogo, mas o treinador acabou expulso na etapa final após segurar o atacante João Vitor, em um lance de lateral.

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Matheus Costa concedeu entrevista ao UmDois Esportes, falou sobre sua carreira, campanha do Fantasma, último duelo contra o Coritiba, respaldo da diretoria alvinegra, contato à distância com a torcida e outros assuntos.

Matheus Costa: "Vejo nosso início consistente, pois nunca nos distanciamos do G4"
Matheus Costa: "Vejo nosso início consistente, pois nunca nos distanciamos do G4"

Confira a entrevista com o técnico Matheus Costa

1) Antes da sua chegada, o Operário vinha de um longo período sob o comando de Gerson Gusmão. Como foi a adaptação do clube ao seu trabalho? E como você analisa seu trabalho nesses nove meses de clube?

A adaptação se tornou mais fácil devido ao conhecimento que já tinha do clube, por estar acompanhando todo este histórico de sucesso recente que conquistou, e por ser do estado em que nasci, as coisas acabam se tornando mais fáceis. Vejo estes nove meses com um saldo positivo, com campanhas regulares e consistentes, tendo a segunda melhor campanha do segundo turno da Série B da temporada passada, melhor campanha do Estadual, com os melhores números mesmo sendo eliminado, talvez no nosso momento de maior dificuldade pelos inúmeros desfalques, mas garantindo a vaga da Copa do Brasil para a próxima temporada. Ainda teve uma eliminação da Copa do Brasil onde fomos muito prejudicados por não haver VAR e, atualmente, estamos a dois pontos do G4 da Série B.

2) Você considera estar em sua melhor fase como treinador? É seu melhor trabalho da carreira?

Difícil eu me julgar. O que posso dizer é que procuro evoluir a cada dia. Aprendemos todos os dias e procuro ser um melhor profissional, pai e pessoa em todos os sentidos. A cada dia adquirimos mais experiência em virtude do que a vida nos proporciona e, paralelo a isso, é fundamental buscarmos mais conhecimento para continuarmos em evolução. Vejo este trabalho consistente, sólido, porém, tive trabalhos em outros locais com conquistas históricas também (Confiança: estadual de forma invicta e pela primeira vez semifinalista da Copa do Nordeste; no Paraná as duas melhores campanhas da Série B de pontos corridos, 4º lugar 2017 e 6º lugar 2019). Trabalho pensando em continuar a escrever uma história bonita no Operário.

3) Como você avalia a campanha do Fantasma na Série B até aqui

Poderíamos estar em uma situação melhor se não fossem os inúmeros desfalques que fugiram do nosso controle, tendo aproximadamente 14 atletas no DM em um período de três semanas, o que dificultou o nosso desempenho. Então, vejo nosso início consistente, pois nunca nos distanciamos do G4.

4) O Operário conquistou uma grande vitória na rodada sobre o Coritiba, tendo um a menos em grande parte do segundo tempo, além de ter quebrado uma sequência de invencibilidade. Qual a importância deste resultado e o que pode contribuir para a sequência?

Vencer clássico é sempre importante, pois mostra a força do elenco, eleva a moral dos nossos torcedores, aumentando a autoestima e confiança dos atletas e do clube como um todo. Também nos dá um estímulo a mais para nossa caminhada longa desta Série B. Importante ressaltar que este foi nosso nono clássico na temporada (Athletico, Coritiba, Paraná e Londrina), com seis vitórias, um empate e duas derrotas, números que fortalecem o nosso desempenho em jogos que mexem com toda a cidade.

5) Muitos criticaram sua reação ao segurar o jogador do Coritiba. O que realmente aconteceu na expulsão?

Não julgo quem criticou, pois não deixaram de ter razão, estava no calor do jogo. O atleta do Coritiba veio de encontro a mim e fez um contato. Não gostei da sua atitude e o questionei. Somos seres humanos e também temos emoções. Foi uma partida muito disputada, com ambas as equipes mostrando todo seu nível de competitividade. Conversei com o Ricardo (árbitro) e o Zanon (4º árbitro) no pós-jogo para parabenizá-los por controlar um jogo difícil e compreenderem o que de fato houve naquele momento. Eles também devem tomar decisões em um segundo e, talvez para amenizar as ações do jogo naquele momento, a minha expulsão foi a atitude que eles julgaram de forma correta para manterem o controle da partida.

6) Recentemente, você passou por um momento turbulento no clube após cinco jogos sem vitória do Operário. Como administrou a situação? E internamente você tem o respaldo da diretoria, que já mostrou que gosta de trabalhos a longo prazo?

Nesta sequência tiveram situações dentro do clube, atletas com Covid-19, lesões e suspensões, tendo em média dez atletas no DM no mês, o que dificultou nosso desempenho e consequentemente os resultados. Como o diálogo entre mim e a direção é diária, eles estavam conscientes da dificuldade, e mesmo assim tivemos números nos jogos que evidenciaram nosso desempenho positivo, porém tivemos dificuldades em transformar em gols e resultados favoráveis.

7) Ponta Grossa é uma cidade que tem torcedores apaixonados e fortemente ligados ao Operário. Como você se adaptou à cidade e como é seu contato com os torcedores?

Em todos os clubes que passei nunca tinha vivenciado esta ligação de time e cidade. Quando se fala de Ponta Grossa, se fala de Operário e vice-versa. É uma relação muito forte, um leva o outro a crescer cada vez mais. Me sinto privilegiado de estar fazendo parte desta história e a torcida é apaixonada, presente e contagia sua energia. Tenho uma frustração por ainda não ter tido um jogo com público presente, porém, completamente compreensível em virtude do momento que estamos vivendo.

8) Até neste sentido, você ainda não contou com essa presença do público no Germano Krüger desde que chegou ao clube. O quanto o clube e os jogadores têm sentido falta da torcida? Você acha que o desempenho seria ainda melhor?

Temos uma relação muito forte com o torcedor, pois apesar de eles não estarem presentes nos jogos, são muito presentes nos apoios. E, sempre que possível, eles transmitem e nós sentimos essa energia. Cabe a nós procurar retribuí-los dentro de campo com muito entrega em todos os lances da partida. Temos um desempenho excelente dentro de casa. Vejo que com a presença deles nos jogos isso poderia se tornar ainda melhor. Fica na imaginação jogos espetaculares que realizamos em casa e a festa que faríamos juntos, caso eles estivessem presentes.

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