De primeira, já aviso que não assisti a Flamengo x Coritiba. Fiquei ligado na volta do Ronaldo e não me animei a caçar o jogo na internet. Portanto, não falarei de aspectos técnicos daquilo que não vi – embora salte os olhos Marcelinho Paraíba fazendo papel de volante no lance do segundo gol flamenguista e impressione o espaço que Williams teve para finalizar no terceiro.

Vou me prender mais às contas para não cair, que a essa hora é bom Ney Franco ter bem decoradas na cabeça. Primeiro de tudo, é uma luta contra duas vagas. O Fluminense não só já está morto, como seu estado de decomposição é avançado; do Sport, só falta desligar os aparelhos.

A briga envolve, de baixo para cima na tabela, Botafogo, Santo André, Náutico, Coritiba e Atlético. O Furacão, aliás, foi o grande vencedor da parte baixa da tabela – matou um concorrente direto e viu todos os outros desesperados perder ou empatar.

Para o Coxa a conta é simples. Com 21 pontos escapa. É exatamente o que irá disputar em casa, contra Náutico, Inter, Barueri, Atlético, Vitória, Atlético-MG e Fluminense. Dois confrontos diretos, um adversário morto, dois rivais intermediários e dois que estão brigando por título/ Libertadores. Se quiser escapar, tem de ganhar todos, até o clássico.

Até porque fora a chapa é quentíssima: São Paulo, Grêmio, Sport, Botafogo, Santos e Cruzeiro. Pela bola que vem jogando, não dá para imaginar que o Coxa vá voltar com pontos do Morumbi, do Olímpico e da Vila Belmiro. No Mineirão, contra um Cruzeiro provavelmente sem objetivo, vá lá, até dá. E nos confrontos diretos, fundamental não perder, embora do outro lado Sport e Botafogo compreensivelmente pensarão: Não dá para perder do Coritiba.

Certamente não é o centenário que a torcida esperava. Mas é melhor ficar desde já com um olho no campo e outro na calculadora para não precisar cancelar de novo o show da Cláudia Leitte pela mais absoluta falta do que celebrar.

E o Atlético?

Como escrevi acima, ninguém da rabeira foi mais ganhador nesta rodada que o Rubro-Negro. Mandou um concorrente direto para a cova, viu os demais desesperados perderem pontos e abriu confortante vantagem. São seis pontos de frente para o Santo André, gordura de sobra para viagens tranquilas a São Paulo, contra Palmeiras e Corinthians. Jogos duríssimos, em que os paulistas são franco favoritos e em que qualquer pontinho paranaense valerá ouro. Considerando que quem está embaixo dificilmente fará seis pontos nas duas próximas rodadas, nem mesmo duas derrotas serão tragédia.

A conta rubro-negra é mais amigável. Faltam 17 pontos e são seis jogos em casa. A saber: Grêmio, Santo André, Santos, Goiás, Cruzeiro e Botafogo. Perigo maior contra o Goiás, visitante dos mais indigestos da competição. Contra os demais, vencer é obrigação, ainda mais que Cruzeiro e Botafogo são em sequência, na 36ª e 37ª rodadas. Dá para se despedir do campeonato confortavelmente garantido na Série A.

Fora, sete desafios. Os já citados Palmeiras e Corinthians, mais Internacional, Coritiba, Avaí, Fluminense e Barueri. No clássico, contra um rival mais pressionado por jogar em casa, é factível somar pontos, bem como contra o Fluminense, talvez fechando o caixão tricolor. Barueri? Até lá, sinceramente, acho que o Atlético já estará salvo.

Quem cai?

Meses atrás minhas apostas eram Avaí, Sport, Náutico e Botafogo. O Avaí não cai mais, safou-se brilhamentemente. Ponho no lugar outro recém-promovido, o Santo André. Troco o carioca Botafogo pelo também carioca Fluminense. Mantenho os pernambucanos e aí estão os degolados.

A mão de Wellington

O Ceará tem todo o direito de espernear e até recorrer ao STJD pelo gol de mão de Wellington Silva, um dos erros mais grosseiros de arbitragem na história do futebol brasileiro. Aí, cabe ao tribunal ter o mínimo de bom senso, pois qualquer interferência no resultado do jogo irá escancarar a porta para que qualquer erro de arbitragem que influncie o resultado de uma partida acabe no tapetão.

Se alguém tem poder de evitar esse tipo de aberração na arbitragem é a Fifa. Um auxílio eletrônico à arbitragem resolveria a parada em menos de um minuto e evitaria todas as polêmicas e bravatas que vão encher o nosso saco pelos próximos dias.