Vocês viram a cara do “novo” Pinheirão, estampada na Gazeta desta sexta-feira? Eu vi e não gostei. A idéia parece já ter nascido contaminada.

O absurdo maior é essa hipótese de se aproveitar a carcaça do Pinheirão atual, dar apenas um tapa nela para adequar às exigências da Fifa. Isso é piada de mau gosto, é chamar os paranaenses de ingênuos.

A única solução viável é implodir o Pinheirão e toda a estrutura física e administrativa envolvida com o estádio. Fazer essa reforma é apenas mais um dos muitos remendos que temos acompanhado no Pinheirão e no nosso futebol há duas décadas. E já sabemos muito bem como essas meias-sola terminam.

Até a burra pista de atletismo está lá no croqui. A Fifa recomenda em seu caderno de encargos para estádios, disponível em seu site, que os estádios não tenham pista de atletismo. Elas afastam o torcedor do campo, tiram o calor da partida.

A única solução aceitável para a pista é a do Estádio de St. Dennis, na França, que possui uma arquibancada retrátil. Quando tem futebol, puxa-se a estrutura e o povo fica na beirinha do campo. Se tem atletismo, “esconde” o setor e os atletas ficam com todo o espaço necessário. Se não for assim, esqueça.

***
O governo estadual anunciou que vai exigir garantias de que realmente existe um investidor para o Pinheirão. Também cogitou tirar a administração do estádio das mãos da Federação. Duas boas idéias ofuscadas por outra de dar arrepio na espinha: o estado considera a hipótese de tomar para si a gestão do estádio e cita como exemplo os estaduais Maracanã e Mineirão.

Eider Dantas, secretário de Obras do Rio de Janeiro, falou há alguns dias sobre o Maracanã ao defender que o Estádio João Havelange seja repassado à iniciativa privada: “Não podemos é transformar isso aqui no que hoje é o Maracanã: cabide de empregos, onde se rouba ingressos, dinheiro de renda e ninguém paga por credenciais. O Maracanã é o melhor exemplo do que há de pior em gestão pública. O poder público não pode se meter neste tipo de administração.”

Melhor achar outro exemplo ou mudar de idéia…