Com 106 credores a menos com direito a voto, a Justiça confirmou para o próximo dia 2 de agosto, às 14h, no Couto Pereira, a Assembleia Geral de Credores do Coritiba, que faz parte do processo de recuperação judicial do clube.
Todos que tinham R$ 2 mil ou menos a receber do clube foram retirados da lista de votantes após pedido de um escritório de advocacia que representa diversos credores do Coxa. Como esses débitos já seriam quitados integralmente, de acordo com o plano de pagamento proposto, os credores de menor valor não serão considerados para a votação.
A 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, contudo, afastou indícios de ilegalidades ou fraudes por parte do Coritiba ou dos administradores judiciais por terem incluído dívidas irrisórias na lista.
“A LFRJ [Lei de Falências e Recuperação Judicial] não impõe limite de valor (mínimo ou máximo) aos créditos sujeitos à recuperação judicial, se estes são existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, são concursais, como determina o artigo 49 da LFRJ”.
A lista alviverde de credores tem mais de 300 nomes e o valor total ultrapassa R$ 120 milhões.
Credores com receio da Império
Além de negar o pedido para destituir a empresa apontada para fazer a administração judicial do Coritiba, a Companhia Brasileira de Administração Judicial (CBAJ), a magistrada Luciane Pereira Ramos também indeferiu a mudança de local da assembleia, o que era um pleiteado por um grupo de credores.
A alegação era de que o Estádio Couto Pereira não reunia condições de segurança adequadas para receber a reunião. Entre os argumentos utilizados estava o histórico de casos de violência em jogos e também a proximidade com a sede da torcida organizada Império Alviverde.
“Mesmo que uma das torcidas organizadas do clube (existem outras) tenha sede em local próximo, seus integrantes não serão admitidos no local da Assembleia Geral de Credores, salvo se detenham direito a voto. Eventual insegurança ou temor causado pela presença das torcidas no exterior da Assembleia Geral de Credores não poderá ser controlado ao modificar o local de realização do ato, vez que os torcedores, se assim quiserem, comparecerão em qualquer local desta cidade ou alhures, não havendo como impedir seu deslocamento”.
Próximos passos da recuperação do Coritiba
O pedido de recuperação judicial do Coritiba foi aprovado pela Justiça em março deste ano. Em maio, o clube apresentou o plano de pagamento dos credores, com deságio de 40% a 75%, dependendo do tipo e valor das dívidas.
Caso os credores não aceitem o plano inicial, o Coxa poderá pedir prazo para apresentar uma contraproposta.
Além de tentar estancar os cofres do clube, impedindo momentaneamente novas cobranças, a estratégia também visa organizar as finanças de olho em uma possível venda da SAF coxa-branca.