Coritiba heptarebaixado: relembre as quedas do clube de 1989 a 2023
Com a derrota para o Fluminense, no último sábado (25), no Maracanã, por 2 a 1 o Coritiba foi rebaixado para a segunda divisão pela sétima vez na história. A campanha é uma das piores da história do clube.
Mesmo tendo feito na atual temporada o maior investimento de sua história, o Coxa não conseguiu se manter na Série A.
O resultado ainda colocou o Coxa na liderança do ranking de equipes mais rebaixadas para a segunda divisão, ao lado do América-MG.
O UmDois Esportes relembra todas as quedas do Coritiba de 1989 a 2023.
A sétima queda, em 2023
Com péssima campanha no Brasileirão, sem nunca ter deixado a zona de rebaixamento em 35 rodadas, o Coxa caiu mais uma vez, mas em um contexto bastante diferente.
É o primeiro ano da equipe como Sociedade Anônima do Futebol (SAF), comprada pela Treecorp Investimentos, que tem o compromisso de investir R$1,3 bilhão nos próximos dez anos.
Se fora de campo os números são promissores a longo prazo, dentro dele a realidade é terrível. Nesta temporada, o Alviverde tem a segunda pior defesa da competição, é o pior mandante e teve as piores sequências de resultados em seus 114 anos de história.
O Coxa ficou 18 jogos sem vencer, um total de 126 dias sem vitórias, somando períodos com António Oliveira e Antônio Carlos Zago no comando. Depois, com Thiago Kosloski, teve a pior sequência de derrotas e perdeu oito jogos de uma vez só.
Em 2021, o sexto rebaixamento
No Brasileirão de 2020, o Coxa caiu pela sexta vez na história. No primeiro ano de pandemia de Covid-19, o Brasileirão ficou bagunçado e a temporada só acabou em fevereiro de 2021. A três rodadas do fim, o Alviverde teve a 19ª derrota na campanha, contra o Santos, e confirmou a volta à Série B.
Do início ao fim, o Coxa teve dificuldade para engrenar na competição e só conseguiu sair da zona de rebaixamento por pucas rodadas. Nos 38 jogos, a equipe conquistou 31 pontos, com sete vitórias, dez empates e 21 derrotas.
Os resultados ruins foram reflexo do mau planejamento. Na temporada, o Coxa teve seis técnicos diferentes: Eduardo Barroca, Jorginho, Rodrigo Santana, Pachequinho e, por fim, Gustavo Morínigo.
Quatro anos antes, "lá vem a Chape"
Em 2017, o Coxa caiu de maneira dramática, com um gol no último minuto da partida contra a Chapecoense, na última rodada do campeonato. Naquele jogo, na Arena Condé, o Coritiba teria que vencer para escapar.
No segundo tempo, o placar estava empatado em Chapecó, mas simultaneamente, no jogo entre Vitória e Flamengo, no Barradão, em Salvador, a equipe carioca virou e apenas segurar o placar já era suficiente para o Alviverde.
Ainda assim, praticamente no momento da virada do Flamengo, o atacante Túlio de Mello marcou para a Chape e rebaixou o Coxa. O Alviverde terminou a competição com 43 pontos, na 17ª colocação. Ao todo, foram 11 vitórias, 10 empates e 17 derrotas.
Em 2009, o terror no Couto Pereira
Há 14 anos, o Couto Pereira era palco do episódio mais violento do futebol paranaense. Era a última rodada do Brasileirão e o empate do Coritiba com o Fluminense, por 1 a 1, decretou o quarto rebaixamento do Alviverde.
No fim da partida, a multidão de torcedores invadiu o gramado, depredou o estádio e entrou em confronto com as tropas de Choque da Polícia Militar. A confusão generalizada deixou 17 pessoas feridas. Na Justiça, seis torcedores foram condenados e o Coritiba perdeu os mandos de dez jogos, além de ter um prejuízo de aproximadamente R$500 mil.
Naquele ano, o Coxa terminou a temporada na 17ª colocação, com 45 pontos, 12 vitórias, nove empates e 17 derrotas.
Em 2005, o primeiro rebaixamento nos pontos corridos
Com o quarto melhor público do Brasileirão daquele ano, uma média de 18.106 por jogo no Couto, o Coritiba não conseguiu aproveitar a torcida sempre presente para evitar mais um rebaixamento.
Naquela temporada, foi a primeira vez que o Alviverde teve a maior sequência de derrotas na história, número que igualou neste ano, na camapanha do sétimo rebaixamento. Em 2005, o Coxa foi derrotado pelo Paraná (3 a 2), Goiás ( 2 a 0), Paysandu (2 a 1), Athletico (2 a 1), Botafogo (2 a 0, Cruzeiro (3 a 0), Inter (3 a 2) e Flamengo (2 a 1).
O Coritiba terminou a temporada na 19ª colocação, com 49 pontos em 42 jogos (naquele ano o Brasileirão tinha 22 times) com 13 vitórias, 10 empates e 19 derrotas. Ao todo, foram 5 técnicos no ano: Antônio Lopes, Cuca, Antônio Lopes Júnior, Cláudio Marques e Márcio Araújo.
Em 1993, caiu com o rival Athletico
Na década de 1990, o Campeonato Brasileiro era disputado em fase de grupos seguida por eliminatórias. O Coritiba fazia parte do grupo D, ao lado de Athletico e Paraná. Cada grupo tinha oito times, os dois primeiros colocados eram classificados para o segunda fase e os quatro úlimos eram rebaixados.
Em sete jogos, o Coxa fez 13 pontos, com três vitórias, sete empates e quatro derrotas e ficou na sexta colocação, de oito times. Na sétima posição, estava o Athletico, que também caiu pela primeira vez naquele ano. O Paraná ficou em segundo lugar e foi para as eliminatórias.
Coritiba caiu após "canetada" da CBF em 1989
O primeiro rebaixamento do Coritiba não teve nada a ver com a performance no campeonato. Em 1989, o Coxa perdeu um mando de campo após um torcedor alviverde invadir o gramado do Couto Pereira na vitória por 2 a 1 contra o Sport.
Sem poder mandar o jogo contra o Santos no Alto da Glória, o jogo foi mudado para Juiz de Fora, em Minas Gerais. O Coxa não viajou e o Peixe venceu po WO, mas o clube paranaense recebeu uma exagerada punição da CBF pela atitude e foi rebaixado para a terceira divisão.
A punição, assinada pelo presidente da instituição, Ricardo Teixeira, também excluiu o Alviverde do campeonato e suspendeu de disputar oficiais e amistosas por um ano. Além de obrigar o Coxa a ressarcir o Santos e a prefeitura de Juiz de Fora em 400 mil cruzados novos. Em 1990, o Coxa abrandou a pena mas só conseguiu fazer um acordo para disputar a segunda divisão.