Coritiba
Entrevista

Morínigo revela tudo: Coxa na Série A, família, religião, música e, até, o que o faz sorrir

Por
Fernando Rudnick
21/03/2022 20:29 - Atualizado: 04/10/2023 16:53
Morínigo revela tudo: Coxa na Série A, família, religião, música e, até, o que o faz sorrir
| Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Um descontraído Gustavo Morínigo conversava há quase meia hora com a reportagem do UmDois Esportes no gramado do CT da Graciosa, na última quinta-feira (17), quando uma tempestade rapidamente armou-se no céu de Colombo, cidade vizinha à Curitiba, endereço da casamata alviverde.

Ao primeiro sinal que de os pingos de chuva começavam a engrossar, a assessoria do clube alertou o "Profe" – como o técnico é conhecido há um ano e dois meses no Coritiba – para que o bate-papo seguisse na sala de imprensa ao lado.

“Mas no futebol não tem chuva?”, indagou Morínigo, de bate-pronto, achando graça da situação.

A conversa com a reportagem, no gramado do CT. Átila Alberti/UmDois Esportes
A conversa com a reportagem, no gramado do CT. Átila Alberti/UmDois Esportes

“Vamos cancelar o jogo então”, emendou, com um peculiar bom humor que contrasta à imagem do paraguaio de 45 anos nas entrevistas coletivas semanais.

O semblante fechado, como se fosse impossível sorrir, sempre vem acompanhado por respostas em espanhol puro, sem muito esforço para facilitar a compreensão de quem o assiste.

"Não é de propósito. Realmente falo como as coisas me vêm no momento", justifica o comandante coxa-branca, dono de várias facetas: pai de família, religioso, escritor e também trabalhador solitário e obcecado por vencer.

Na entrevista, o Profe detalhou cada um desses seus lados e explicou por que pouco sorri. Também falou sobre sua ética de trabalho, onde o respeito e a transparência vêm em primeiro lugar, e os planos e desafios para a temporada no Coxa.

"Tenho que trabalhar muito mais com quem não está jogando para que eles sejam melhores e pressionem quem está jogando a serem ainda melhores. Para mim é rendimento, não é nome. É isso que vai me levar a ganhar ou perder no jogo. Não trabalho para um jogador, dois ou três. Trabalho para todos, trabalho para o Coritiba, para a torcida, para diretoria, para o clube. E meu trabalho é ter êxito", resume Morínigo.

Leia a entrevista completa:

Você está escrevendo um livro sobre futebol, como tem sido esse processo?

É um livro sobre futebol, sobre tudo que passei no futebol. Não é uma biografia, conto as referências que passei desde criança. E também tudo que aprendi como treinador e futebolista para poder entregar aos futuros jogadores e treinadores, um olhar diferente, com o que acredito. Também tem muito do que passei nas categorias de base do Paraguai, os cursos que fiz, e as amizades que fiz em diferentes cursos, tanto na Ásia, na Europa, muito aqui na América. Estou tirando dessa vivência uma maneira diferente de treinar, de preparação, de profissionalizar desde pequenos os meninos.

Quando sai?

Estou trabalhando, tenho muito trabalho agora [no Coritiba]. Tenho muitas páginas escritas. Escrevo em casa, sozinho. Sou uma pessoa muito solitária. Tenho que estar liberado de estresse e de compromisso para poder escrever.

O que te encanta no Brasil, em Curitiba, e como te sido sua rotina quando não está trabalhando?

O Brasil é muito bonito, de verdade. Desde que vim de carro, passei pela fronteira, já percebi. Estou em uma cidade muito organizada, muito bonita, muito disciplinada e muito tranquila.

Parecida com seu perfil, não?

A verdade é que sim. Então, para mim, é muito tranquilo. A minha rotina, meu dia a dia, é que vivo de futebol. Estou morando sozinho, minha família vai e vem. Tenho quatro filhos: Alan, o maior, de 20 anos, Danna, que vai fazer 19, Dalma, que fez 16 há pouco tempo, e o menor, Nicolas, de 13 anos. E a minha esposa Alicia que sustenta tudo. Somos uma família muito unida, mas decidimos estar assim porque meus filhos tem suas faculdades e têm de viver suas vidas. A minha esposa também tem um negócio de cosméticos bem reconhecido do Paraguai, tem muitas coisas para fazer. E eu fico, como sou bastante solitário, entrego meus 100% ao Coxa. Venho ao treinamento, volto ao meu apartamento no Bacacheri. E sou muito de futebol, vou ver jogos, ver o que tenho que fazer, projetos. Não descanso praticamente disso, trabalho todo o tempo para isso. E me ajuda a estar em todo os detalhes.

Tem jogado padel com a comissão técnica?

O Toro [Acuña, auxiliar] me convida, falo que vou, mas chega na hora fico trabalhando em casa. Não gosto muito de sair, não vou a shopping, não saio. Cozinho em casa, aprendi a cozinhar bem. Não sei nem se tem restaurante paraguaio aqui em Curitiba porque não saio mesmo. No máximo, vou no supermercado. Só quando quando minha esposa vem que saímos um pouco, vamos ao shopping.

Sua esposa o visita de quanto em quanto tempo?

Às vezes ela vem em meses, temos muitas coisas lá, não podemos deixar os filhos. Tem a casa para cuidar também, os cachorros que já somem. Mas ela é uma companheira diária. Tudo o que não falo para fora, não demonstro para fora, ela sabe. Coisas boas, coisas ruins ou difíceis. Estamos há 21 anos juntos e muito bem.

Você tem alguma atividade não relacionada ao futebol?

Gosto muito da música. Gosto de escutar todo tipo de música, fico escutando toda hora. É praticamente meu único hobby, distração. Pode ser rock, sertanejo, cumbia. Gosto de tudo.

Nas entrevistas, você passa uma imagem de alguém muito sério, de pouco sorriso, e também parece não fazer questão de falar português. Essa imagem é reforçada de propósito?

Não é de propósito. Realmente falo como as coisas me vêm no momento. Primeiro, que não quero errar as palavras, dar uma informação falsa me equivocando em uma palavra ou um conceito. Por isso prefiro falar espanhol. E assim também prestam mais atenção em mim, o mesmo acontece com os jogadores.

Você acha que os jornalistas te compreendem?

Não sei se me compreendem. Às vezes não quero que compreendam (risos).

É normal ter que te ouvir três, quatro vezes para entender bem…

Estamos 50 a 50. Também não entendo algumas coisas, alguns termos (risos). Mas eu, como sempre gostei da música brasileira, compreendo tudo. Mas para falar é difícil.

Você faz aula de português?

Não, não tenho tempo. Realmente não tenho tempo.

A comunicação com os jogadores não deve ter problemas por causa do idioma?

Eu falo e às vezes eles não compreendem, é um problema também. Alguns, principalmente os mais novos, não entendem. Mas tratamos de falar com os assistentes, com os analistas que tenho, o José Leão [auxiliar] mesmo, que fala e compreende. A informação chega aos jogadores. De repente, isso nos dificulta porque não temos tempo de fazer aulas de português. Deveria, sim, mas não é a prioridade neste momento. Agora a prioridade é somente o Coxa.

Qual sua prioridade nessa segunda temporada?

Triunfar. Conseguir o êxito. Sou uma pessoa que não descansa até conseguir isso. E é um problema que tenho há muito tempo. Por exemplo, não consigo desfrutar das coisas. Para mim, sempre há algo a fazer, uma próxima coisa. Eu joguei uma final de Copa Libertadores [comandando o Nacional, do Paraguai] e no dia seguinte estava pensando no time do ano seguinte. Não consigo me desligar totalmente do trabalho que tenho na minha mente.

Você se considera estressado?

Sou estressado, mas a minha tranquilidade me ajuda bastante. Sou uma pessoa muito tranquila, muito difícil de ficar nervoso ou mal.

Seu tom de falar não muda, certo?

Não, e nunca fui desrespeitoso com alguém. Sou uma pessoa muito respeitosa. Todo mundo é igual. Para mim, a única coisa que não podemos perder é a verdade. Temos que trabalhar com a verdade, não tem outra maneira. Às vezes dói, mas é o melhor.

Sendo obcecado por vencer, como você lida com o cenário econômico do clube e as expectativas para a temporada?

É difícil, não é nada fácil. A situação encontrada pela nossa diretoria foi bastante complicada. E tivemos que fazer muito esforço para aguentar o ano passado, onde era subir ou subir. O clube poderia entrar em depressão se não tivéssemos subido. Então, havia um só objetivo. E nesse objetivo também entraram todos os jogadores especificamente, porque faltou salário e eles brigavam em todo jogo da mesma maneira. Uma família se formou a partir da necessidade de conseguir o objetivo. Agora, todos sabemos que estamos em uma Série A, onde o patamar é outro, muito mais complicado, mais qualificado. Meu pensamento é assim: temos que lutar muito para ir à superfície porque hoje estamos nadando embaixo d’água. E se não sairmos para respirar o ar, vai ser difícil. Esse ar tem um custo de sacrifício, custo econômico e de acreditar também. Não podemos ficar muito tempo debaixo do mar. Tem que haver muito esforço. E a competição pela contração dos jogadores é um pouco desleal pela situação financeira dos times. Você observa um jogador, tenta contratar, mas a parte econômica faz diferença, a camisa leva-se em conta também. É difícil, mas penso que os que estão aqui são os melhores para mim. Tenho que focar nos que estão aqui, no que é a realidade. Como sempre falo, precisamos evoluir, trabalhar, acreditar, ser família e irmos todos juntos. Não precisamos de gente que só está junto quando ganhamos.

Como é sua relação com técnicos brasileiros?

Tenho muito boa relação a partir do respeito, antes de tudo. Não interessa a divisão. Tenho muito respeito à profissão. Falo sempre que para mim a profissão e a qualidade não têm nacionalidade. Você é treinador bom, vai ser assim na Argentina, no Paraguai, no Brasil, em todos os lados. Respeito muito porque a profissão é muito ingrata. Quando você triunfa, o mérito geralmente é dos jogadores. E quando você perde, você é o culpado. Sempre me coloco no papel do culpado quando perdemos e sempre dou mérito aos jogadores, que são a essência mais pura desse esporte. Se não existem jogadores, não existe futebol.

Qual o maior prazer no seu trabalho do dia a dia?

Tenho um propósito na vida que não é apenas ser treinador. Sou crente, católico, tenho minha maneira de me comunicar [com Deus]. E para mim é assim: minha missão é ajudá-los a encontrar a melhor versão de cada um, como jogadores e pessoas. Busco que compreendam que a vida não é só futebol, que o futebol é parte da vida e não o contrário. Se formos melhores pessoas, filhos, irmãos, melhores em tudo, pra mim é sempre um ganho.

Você é supersticioso?

Não sou supersticioso, mas se vou ganhando falo as mesmas coisas sempre. Por via das dúvidas (risos). Tenho minha relação com Deus, não mostro a ninguém, é só minha. E gosto de sempre acreditar que ele me trouxe aqui para algo, não só para triunfar no futebol.

Houve muitas propostas para sair?

Tive várias propostas, muitas propostas.

Seu contrato é válido por dois anos, mas você poderia pagar a multa e sair. Por que ficou?

Por causa das pessoas, primeiro. Queria compromisso moral de todos para trabalhar e acreditar, realmente. Nunca, desde que comecei no futebol, quebrei minha palavra. Sempre segui até a última consequência por mais que a diferença econômica do exterior seja grande. Prefiro ficar pobre a ter que romper minha palavra porque é a maneira que meus pais me ensinaram e a maneira que sou. Esse compromisso que em algum momento a diretoria e o clube demonstrou comigo nos momentos ruins do Campeonato Paranaense anterior eu pago agora nos momentos bons.

O presidente Juarez Moraes e Silva demonstra muita confiança no seu trabalho e já elogiou demais o seu papel extracampo. Estar há mais de um ano no clube, com muita sintonia com a diretoria, é raro no futebol, não?

Eu não sei se sou bom treinador, se sou tão bom como se fala, mas da minha pessoa não creio que duvidem. Sou uma pessoa muito trabalhadora, muito honesta e que respeita muito. A todos. E o respeito é uma das bases da minha vida.

Vivemos uma onda de violência no futebol, com diversos casos no Brasil e no mundo. Você tem medo de ser afetado de alguma forma?

Não tenho medo, mas é triste. As pessoas tem que compreender que futebol é um espetáculo, um esporte. Não devemos ter violência nesse meio. Nós somos trabalhadores, assim com os jogadores. Por exemplo, você entra no campo, olha para as arquibancadas e tem gente falando merda, desculpe a palavra. Meninos pequenos falando muito mal, meninas, ou adultos insultando, sendo racistas. Isso não pode acontecer. Nós somos trabalhadores do esporte mais jogado do mundo. O futebol é o único lugar onde o pobre pode ganhar do rico. Eu falo sempre: venho trabalhar e me xingam durante 90 minutos. Isso me dá o direito de ir ao seu trabalho no dia seguinte, te xingar e falar merda por 90 minutos? Não funciona assim. Todos do futebol somos trabalhadores e temos o objetivo de ganhar.

O que te faz sorrir?

Minha família, sim. Meus amigos, também. E o futebol, na realidade. Mas sorrio muito pouco. O que me dá alegria é aqui dentro [campo], minha família, meus filhos.

Você gosta de jogar bola ainda?

Sim, gosto. Mas não fazemos muitas peladas aqui. Não temos muito tempo, não tem muito tempo para o treinador.

Como é a relação com seus filhos hoje em dia?

Distante. Distante do ponto de vista de relação dia a dia porque o trabalho me consome muito e fico muito cansado. Mas tenho uma benção na minha família que meus filhos são muito bons, boas pessoas, e é uma alegria para mim. Isso é mérito da minha esposa, Alicia, que pode ensiná-los, conviver com eles. Ela viveu muito tempo sozinha quando eu jogava e agora é ainda pior, pensei que seria melhor, mas cada um tem suas atividades.

Você conversa todos os dias com eles?

Sim, pelo telefone. Quando não converso minha esposa briga comigo.

Gostam de futebol? 

Minha filha, a maior, gosta muito de futebol. Inclusive estava jogando, treinando, esteve na seleção. Ela queria ser jogadora, mas não dá para seguir pelas atividades que também tem. Minha esposa é muito fanática, digo sempre. É minha conselheira e não me deixa desistir. Me dá força e essa calma, essa quietude em momento difíceis.

A distância é mais difícil com o mais novo?

Mais complicado estar distante do mais novo. Se nota que ele gosta muito de falar porque a distância que temos é considerável. Ano passado, por exemplo, vieram uma só vez ao estádio. O jogo foi contra o Brasil de Pelotas [partida do acesso na Série B], imagine. Gostaram bastante, ficaram muito impressionados. Mas fiquei praticamente um ano sem eles e essa distância também causa dor. Eu tinha que pagar com o objetivo cumprido, o mínimo que tinha que fazer ou tudo seria em vão. Daí vem minha motivação diária.

Quais é seu planejamento de carreira? Tem vontade treinar na Europa, em outros clubes no Brasil?

Eu sempre cuidei da minha carreira, quem toma as decisões de ir a um clube ou a outro, aceitar um projeto, sou eu. Eu gosto muito de projetos a longo prazo, de construir uma evolução. Tenho uma visão desde quando jogava, de chegar a certo lugar, de treinar na Europa, de voltar mais adiante, mais experiente, à seleção, onde fiquei bastante tempo nas categorias de base. Tenho um objetivo na minha vida profissional e vou atrás dele.

Quem é o treinador que você mais admira?

Na verdade, já admiro a profissão, que não é fácil, é muito complicada. Mas tenho gente que me marcou, se não taticamente, como pessoa. Gosto muito de Tata Martino, que esteve muito tempo no Paraguai, dirigiu o Libertad, onde comecei com ele. Seu jeito de tratar, a maneira de ser, gostei bastante e tomei como referência, nunca neguei. E também o conceito do trabalho, trabalho diário, focado.

Algum exemplo na Europa?

Acredito muito no meu estilo, na minha maneira, sei que tenho meu jeito de trabalhar. Claro que assisto bastante futebol, mas sempre faço as coisas baseadas no meu conceito.

No Brasil, algum trabalho te chamou a atenção?

Sim, têm vários, há muitos bons treinadores aqui. A vida nos leva por diferentes rumos e hoje esses técnicos podem estar em times, por exemplo, de Série B ou Série C – obviamente que na Série A também. A vida não é tão justa às vezes nesse âmbito, temos que tomar decisões à esquerda ou à direita, acertamos e erramos. Mas tem muita qualidade aqui e vejo que a CBF capacita bastante os treinadores, o que é muito bom.

Você tem muita experiência em desenvolver atletas. Aqui no Coritiba há uma base com bastante potencial. Como está sendo esse trabalho?

Sim, há talento. Mas há uma coisa que não se pode acelerar, que é o desenvolvimento humano, em que momento está pronto o jogador para certa responsabilidade. E as pessoas de repente não compreendem que quando não colocamos um jogador, realmente o estamos protegendo. De cometer um erro, de que não vá bem, de que esse jogador seja desacreditado [pela torcida] e o perdemos. Temos que ter muito cuidado com isso. E a preparação normalmente não é de um mês, dois meses – às vezes sim, o jogador entende o conceito e você o tem pronto em pouco tempo, casos do Natanael, do Paixão. Mas às vezes se precisa de mais tempo. No futebol, o jogador não se faz apenas nos acertos, mas também nos erros. E ele vai errar. Nesse erro ele tem de aprender, não pode cometer o mesmo erro depois. Isso é a experiência que o jogador vai ganhando. No ano passado, por exemplo,  eu não tinha espaço para errar. Por mais que queria colocar, não podia errar. Então, tenho que separar as coisas. Um é a preparação para um momento chave,  que estejam preparados para os momentos de pressão, os momentos bons, ruins e que se mantenha na mesma posição como pessoa. Outra coisa é o rendimento, que tenho que fazer algo melhor. Nos treinos semanais olho daqui para baixo [apontando para o pescoço]. Não gosto de olhar o rosto, não sei quem é, não me importa quem é. Por que? Porque o que valorizo é o rendimento dentro de campo. O ontem, para mim, passou. Só serve para sustentar o que se vai fazer amanhã. Então, eles têm que render em campo para manter o ritmo e seguir evoluindo. Tenho que trabalhar muito mais com quem não está jogando para quem eles sejam melhores e pressionem quem está jogando a ser ainda melhores. Para mim é rendimento, não é nome. É isso que vai me levar a ganhar ou perder no jogo. Não trabalho para um jogador, dois ou três. Trabalho para todos, trabalho para o Coritiba, para a torcida, para diretoria, para o clube. E meu trabalho é ter êxito. Nessas decisões que vou tomando, sempre vou priorizar ter êxito. Em paralelo, quero ter os outros jogadores prontos para que o futuro seja cada vez mais na categoria de base, jogadores que vão saindo de baixo para cima.

ENTREVISTA NO CT DO CORITIBA COM O TÉCNICO GUSTAVO ELISEO MORÍNIGO VÁZQUEZ.
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A expectativa para 2022 é a manutenção na Série A?

Quando decidimos continuar, falei para diretoria que primeiro queria organizar tudo. O que é organizar? Ter objetivos claros. O Coxa não pode cair mais, precisa manter-se no mínimo cinco anos na Primeira Divisão para ter solvência econômica maior e já ter um processo de Série A com tempo. Claro que o objetivo não é só ficar na Série A, uma vez que se manter é praticamente garantir um torneio internacional. Mas focamos no objetivo de Série A, na Copa do Brasil e no Paranaense, que nos serve para testes, para dar lugar a jogadores que não tivermos muitos minutos na Série B, para dar oportunidades. Estou há um ano trabalhando com os garotos praticamente, alguns foram bem, outro não, mas não é conclusão. Nem sempre o processo termina em três partidas. O processo continua, às vezes até fora do clube, como foi com o Paixão, que jogou fora e voltou para terminar seu processo. Quando temos objetivos claros, nos focamos neles. Termos um, dois ou três objetivos não significa que o número três não seja prioridade. A mentalidade não se cria apenas com o querer, ela se cria com o acreditar naquilo. Você quer um time ganhador? Categoria de base ganhadora. Isso vai criando uma mentalidade dentro do clube onde não se permite fracassar. Eu falo sempre isso, não me permito fracassar.

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