O Coritiba divulgou oficialmente, na quarta-feira (26), o balanço financeiro referente à temporada 2022. Conforme adiantado pelo UmDois Esportes em março, o Coxa teve o maior superávit da história com R$ 60,7 milhões em caixa na temporada passada.
É a segunda vez desde 2008 que o clube registra superávit. A primeira foi justamente em 2021, quando teve saldo positivo de R$ 3,8 milhões. A venda do atacante Igor Paixão e o processo de Recuperação Judicial do clube, que renegociou as principais dívidas, são os grandes responsáveis pelo número positivo.
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Veja os detalhes:
– Houve também redução de mais de R$ 15 milhões na dívida total. Como no último balanço ela era de R$ 268 milhões, agora está na casa de R$ 252,7 milhões.
– A receita operacional líquida do clube subiu de R$ 80 milhões para R$ 156,2 milhões em 2022.
– Os gastos com o elenco profissional foram de R$ 51,5 milhões em 2021 para R$ 84,1 milhões. Aumento também nas categorias de base com R$ 7,9 milhões em 2022 contra R$ 5,9 no período anterior.
– O balanço ainda traz uma redução no ganho com direitos de transmissão de TV com R$ 56,1 milhões em 2021, contra R$ 49,1 em 2022.
– Por outro lado, o aumento no número de sócios – o Coritiba chegou aos 40 mil associados em determinado momento da temporada – incrementou as receitas. O clube passou de R$ 8,5 milhões em 2021 para R$ 22,1 milhões no ano passado. Receitas de competições e bilheteria também subiram de R$ 5,7 milhões para R$ 27,3 milhões de uma temporada para outra.
– Já os patrocínios mais que dobraram, passando de R$ 6 milhões para R$ 15,8 milhões em 2022.
– Os números com transações de atletas subiram de R$ 4 milhões para R$ 34,7 milhões no ano passado.

O balanço de 2022 ainda traz o empréstimo do clube junto ao banco BMP Money Plus no valor de R$ 22 milhões. O Coxa abriu uma linha de crédito para manter em dia as contas da temporada. O vencimento é em 26 de dezembro de 2023.
Histórico
O resultado de 2022 é importante pois mostra uma sequência positiva inédita no resultado financeiro coxa-branca. Nunca houve dois superávits seguidos na história do clube.
Antes do balanço de 2022 (que se refere ao ano fiscal de 2021) o último superávit havia sido em 2008, quando o caixa fechou positivo em R$ 1 milhão.
Desde então, o Alviverde vinha acumulando perdas seguidas. Foram R$ 9 milhões (2009), R$ 13 milhões (2010), R$ 11,9 milhões (2011), R$ 8,1 milhões (2012) e R$ 6,6 milhões (2013).
Em 2014, o clube registrou déficit de R$ 42,8 milhões, montante que por pouco não superou os cinco anos anteriores somados. Depois, o Coritiba passou a diminuir as perdas de maneira escalonada. Foram R$ 15,7 milhões (2015), R$ 11 milhões (2016), R$ 8,7 milhões (2017) e R$ 2,6 milhões (2018).
Essa tendência parou em 2019, quando o Coxa fechou o ano devendo R$ 50,4 milhões, número impactado principalmente pela perda significativa de receita com direitos de televisão por causa do rebaixamento (de R$ 58,9 milhões, em 2018, para apenas R$ 15,3 milhões no ano seguinte).
Em 2020, ano do início da pandemia de Covid-19, já novamente com receitas de Série A, o Coxa conseguiu reduzir o déficit anual para a casa de R$ 22,2 milhões.