Anunciado como novo comandante do Coritiba nesta terça-feira (13), o técnico português António Oliveira já foi aposta do rival Athletico.
Trazido pelo então diretor técnico Paulo Autuori em outubro de 2020, inicialmente para ser auxiliar, o lusitano assumiu o time principal em março de 2021, no início do Paranaense.
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Em seu primeiro trabalho de expressão, Oliveira comandou o Furacão no melhor início de Brasileirão da história do clube – 79,2% de aproveitamento nas primeiras oito rodadas. Os resultados, porém, não persistiram e ele pediu demissão em setembro, após a eliminação para o Cascavel nas semifinais do Estadual.
Na Série A, o time não vencia há seis rodadas. O europeu, então com 38 anos de idade e mais jovem treinador do campeonato, não escondeu a mágoa com algumas situações do dia a dia no CT do Caju.
“É evidente que muita gente ficou pasmada, ficou pensando que esse homem é maluco, só pode ser. Mas como digo sempre: pra mim é um conjunto de valores que jamais poderei abdicar, independentemente de dinheiro, de títulos. Tem situações que não me compram, muito menos a minha dignidade, a minha forma de ser e estar na vida e no futebol”, afirmou Oliveira em entrevista ao ge.globo.
Após deixar o Rubro-Negro, o português foi contratado pelo Benfica B, onde permaneceu até maio. No mês seguinte, foi contratado pelo Cuiabá e conseguiu manter o clube no Brasileirão.

Foi jogador e tem DNA vencedor
António José Cardoso de Oliveira é filho de um ídolo histórico de Portugal: o ex-meia e técnico Toni, considerado uma lenda do Benfica. Como jogador, o pai do treinador atuou entre 1968 e 1981. Já como auxiliar e técnico, foram 12 anos no gigante português, entre 1982 e 1994.
O agora técnico do Coritiba, que também é chamado de Toni em Portugal, seguiu os passos do pai. Iniciou a carreira como jogador no Benfica atuando como meia. Mas com apenas 23 anos iniciou o curso de Educação Física, em Lisboa.
Rodou alguns clubes de menor porte após deixar o Benfica e decidiu iniciar cedo a carreira de treinador. Começou como auxiliar do pai no Tractor, um dos maiores clubes do Irã, onde foram campeões da Taça Iraniana, em 2014.
Entre 2017 e 2019, dirigiu o Kazma, equipe de médio porte do Kuwait, sua primeira experiência como técnico principal. O pai era o general manager do clube, função próxima a que Autuori exercia no Furacão. Em duas temporadas, foi campeão da Taça do Kuwait.
Estilo de jogo
Com Licença Uefa A, somente um nível abaixo da Licença Pro, exigida nas cinco maiores ligas do mundo, Oliveira é um treinador que pode ser classificado como ‘moderno’ e estudioso. Mas, acima de tudo, adaptável.
“António prefere times que tenham posse e sejam agressivos. Mas não fica preso nessas ideias. Ele gosta de ler o jogo. Se tiver que colocar o time mais defensivo, o fará sem problemas. Ele também conhece o que os jovens jogadores precisam para jogar na Europa. E com certeza isso conta para os clubes brasileiros”, analisa Valter Dias, auxiliar do português no Kuwait.
“O António tem um perfil que trabalha muito forte o lado tático. Ele preza por uma equipe rigorosa, mas que tem um perfil que os jogadores gostam. Ele é companheiro e exigente ao mesmo tempo. Ele tem um futuro brilhante. É jovem, tem conhecimento, vontade de crescer”, aponta Pedro Bouças, que trabalhou ao lado de Oliveira na comissão do técnico Jesualdo Ferreira no Santos.