O dramático tricampeonato mundial obtido nos pênaltis sobre a França, neste domingo (18), no Estádio de Lusail, foi mais do que o encerramento brilhante da carreira de Messi pela seleção da Argentina.

Foi também a merecida premiação a uma torcida que deu show do começo ao fim da Copa do Mundo e deixou marcada na história a apaixonada passagem pelo Catar.

O espetáculo de uma decisão que já entrou para a história das Copas como uma das melhores de todos os tempos – talvez a maior – fechou com chave de ouro o delirante sonho albiceleste. Foi um roteiro de sonhos.

Tabela da Copa do Mundo 2022; acesse!

Em um Mundial marcado pelo excesso de artificialidade que contaminou o ambiente dos estádios, com DJ’s, fogos de artifício, espetáculos de dança e luzes, locutores e animadores de torcida – até mesmo o grito de gol das torcidas era abafado pela música alta dos alto-falantes -, os argentinos mantiveram vivo o espírito do futebol.

Em comparação ao Brasil, foi uma torcida mais popular, orgânica, plural, democrática e muito mais numerosa. Uma torcida com alma, autêntica, sem fins lucrativos. Especialmente em comparação ao brasileiro Movimento Verde Amarelo.

Espécie de torcida organizada brasileira gourmet, demonstrou-se elitizado e preocupado em criar conteúdos para redes sociais, viralizar, capitalizar, lucrar com a paixão. Em resumo, uma torcida-empresa.

Artilheiros da Copa do Mundo 2022 no Catar: veja lista de todos os gols

O resultado foi visto nas ruas e estádios de Doha. Os argentinos, apesar da crise econômica vivida no país natal, vieram em muito maior peso ao Mundial: superaram os brasileiros dentro e fora das quatro linhas.

De azul e branco, os coirmãos sul-americanos recriaram em um Catar muitas vezes estéril de emoções a paixão dos estádios da Libertadores ou das festas ao redor do Obelisco, na capital Buenos Aires.

E agora voltam para casa campeões, com as imagens inesquecíveis dos gols de Lionel Messi e das defesas de Emiliano Martínez guardadas na alma e na memória pela eternidade.