Entenda por que José Aldo tem enfrentado "estranhos" no UFC

Desde que retornou ao UFC em maio de 2024, após uma pausa de dois anos, José Aldo tem enfrentado adversários estranhos ao público, ainda que estejam no ranking peso-galo.
O primeiro foi Jonathan Martinez, que hoje nem está mais entre os 15 melhores da categoria. Cinco meses depois, o brasileiro encarou Mario Bautista, que estava atrás dele no ranking e após vencê-lo, tomou seu lugar.
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Agora, no próximo sábado (10), Aldo enfrenta o 15º colocado Aiemann Zahabi, também sem muito apelo diante da torcida e sem relevância na busca pelo título.
Para um ex-campeão que já está com 38 anos e ainda sonha com o cinturão, o carioca tem feito um caminho inverso. Mas de acordo com seu treinador e empresário, André Pederneiras, essas são escolhas do próprio UFC.
"Vou falar o que acontece normalmente: a gente passa uma lista para o UFC de intenções, que vai do campeão até o primeiro, segundo e terceiro ranqueados. Aí dizem: 'Para agora, tem esse'. Se você perguntar para qualquer um do UFC, eles nunca vão dizer que a gente negou alguma luta", declarou Pederneiras, em entrevista à Ag. Fight.
O treinador ainda revelou que o adversário de Deiveson Figueiredo no último sábado (3), Cory Sandhagen, havia sido o pedido da equipe de Aldo ao UFC, mas ele foi encaminhado para enfrentar Zahabi em um card numerado.
José Aldo pode voltar a ser campeão?

O caminho inverso ao topo que o Ultimate tem trilhado para José Aldo o deixa cada vez mais distante de tentar a chance de ser campeão peso-galo, mas pelo menos, as lutas com desconhecidos servem para mantê-lo ativo —pelo menos é assim que sua equipe pensa.
Outros nomes que entraram na mira de Pederneiras para o carioca foram Henry Cejudo e Dominick Cruz, que teria até aceitado verbalmente, mas acabou se lesionando. Aldo, então, precisou encarar Martinez no UFC 307, em outubro do ano passado.
"Os outros nomes que a gente pediu ou estavam com lutas marcadas ou teria que se esperar muito mais tempo do que a gente pretendia. Aí é aquilo: 'O que tem para agora é isso. Você vai esperar ou pegar?', o Aldo não está em uma idade de ver o tempo passar. Tem noção de quantas vezes a gente já pediu o Cejudo? Já perdi a conta", desabafou André.
Ainda que as lutas de Aldo estejam fora do plano, ele ainda tem o objetivo de voltar a ser campeão —agora em uma categoria diferente. Para o treinador e empresário, o brasileiro tem chances de furar a fila, que hoje conta com 10 nomes na frente.
"A gente acaba pegando as lutas para poder caminhar e chegar em algum lugar. A gente sabe que mesmo pegando um cara abaixo dele, a partir de uma boa vitória, pode estar em rota de chegar ao título. A gente se mantém ativo por isso. O Aldo é o melhor nome dessa categoria para fazer uma luta e entrar direto [na disputa de cinturão]", afirmou Pederneiras.