O ex-lutador do UFC, Godofredo Pepey, foi preso no início desta semana por sequestrar e ter violentado fisicamente e psicologicamente a sua esposa, Samara Mello. O caso aconteceu em Deerfield Beach, na Flórida, nos Estados Unidos, onde o casal mora.
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De acordo com o site Combate.com, o brasileiro foi acusado de diversos crimes: sequestro com ferimento corporal e aterrorizar a vítima; agressão doméstica por estrangulamento; impedir ou dificultar comunicação com a polícia; e violência doméstica.
A fiança foi fixada em cerca de R$ 650 mil.
Na última quinta-feira, Samara foi às redes sociais para se pronunciar oficialmente sobre o caso. “Meu nome é Samara Mello, sou esposa do Godofredo Pepey e também sou sobrevivente de violência doméstica. Quero dizer o que muitos jamais vão dizer: a violência doméstica é real no mundo dos esportes e, na comunidade de esportes de combate, ainda é um tabu que poucos têm coragem de mencionar”, escreveu.
Godofredo Pepey chegou a treinar em Curitiba
Natural de Fortaleza, Godofredo Pepey disputou 22 lutas em sua carreira – foram 14 vitórias, sete derrotas e um duelo sem resultado. Ele não luta profissionalmente desde 2022. Pepey ganhou popularidade ao participar da primeira edição do The Ultimate Fighter Brasil, reality show do UFC.
Quando fez parte do Ultimate, Pepey chegou a treinar um período em Curitiba. Por seis anos ele fez parte da organização, conquistando cinco vitórias e perdendo seis combates.
Confira a postagem da esposa de Pepey

“Meu nome é Samara Mello, sou esposa do Godofredo Pepey e também sou sobrevivente de violência doméstica. Quero dizer o que muitos jamais vão dizer: a violência doméstica é real no mundo dos esportes e, na comunidade de esportes de combate, ainda é um tabu que poucos têm coragem de mencionar.
Não podemos mais fingir que isso não existe. A violência doméstica vem em muitas formas: física, emocional, mental, sexual e financeira e nenhuma delas é aceitável. Hoje, estou me reerguendo e sou imensamente grata por ter sobrevivido para poder, agora, fazer a diferença na vida de outras mulheres.
Quando a violência acontece dentro de casa, não destrói só uma família, impacta toda a comunidade. Precisamos parar de tratar isso como um segredo, é no silêncio que a violência cresce.
Espero que as autoridades no Brasil e no mundo entendam que o sangue no meu rosto e no meu corpo escorre nas mãos de quem ainda vê o feminicídio como uma estatística, e não faz o suficiente para mudar isso.
As próximas gerações dependem das nossas decisões agora. Esse não é um problema a ser tratado, ele precisa ser abolido. Sou grata pela comunidade da luta e pelo apoio de organizações lideradas pela Rose Gracie, que leva isso a sério e apoia quem pensa que não tem mais saída.
‘Violência doméstica não é um problema particular, é um problema de todos nós’”.