Apagão generalizado do Coritiba torna mais difícil de entender o novo futebol brasileiro
Até alguns anos atrás, nós comentaristas tínhamos um padrão de abordagem para a análise do comportamento e do desempenho dos treinadores, dos jogadores, dos árbitros, enfim, do universo do futebol. Não estou falando apenas da época dourada da seleção brasileira, no período da conquista do pentacampeonato mundial ou dos grandes títulos dos nossos times no Mundial de Clubes, coisa que há mais de dez anos não conseguimos mais.
Ultimamente, parece que tudo mudou no futebol brasileiro. E para pior. Começa pelo profissionalismo dos dirigentes que, inevitavelmente, se envolvem com empresários e agentes de jogadores, os novos donos do pedaço desde a implantação da Lei Pelé; passa pela má formação de técnicos e jogadores, daí a invasão de técnicos estrangeiros – até mesmo provavelmente na seleção brasileira para aumentar o meu espanto – e o baixo padrão da maioria absoluta dos jogadores. Vou deixar as más arbitragens para outro dia.
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+ Mozart "perde a cabeça" após primeira derrota de virada no Coritiba e é expulso direto
O problema central é o mau trabalho desenvolvido na base dos clubes que não conseguem evitar que os jogadores nem bem iniciem a carreira e já tenham suas vidas controladas pelos tais agentes, que também se adonam de familiares e “parças”.
Entremos no tema de hoje: a derrota de virada do Coritiba torna mais difícil entender o novo futebol brasileiro. Sinceramente, apesar de ainda estarmos no começo da Série B nacional, comecei a acreditar que Mozart conseguiria a proeza de recuperar a equipe coxa-branca e, finalmente, dar-lhe padrão de jogo e sequência de resultados satisfatórios.
Mas a derrota para a frágil Ferroviária me deixou intrigado. Especialmente porque o Coxa conseguiu apresentar-se superiormente no primeiro tempo, abriu a contagem com Gustavo Coutinho, após inteligente corte de Josué, que desconcentrou a defesa adversária, e poderia ter ampliado o placar.
Mas daí vem o novo normal do futebol brasileiro: apagão generalizado da maioria dos jogadores. E não há treinador que consiga salvar a lavoura. Tanto que após o recuo inexplicável e o predomínio da Ferroviária, que criou uma dúzia de finalizações, marcando os dois gols da sua vitória, Mozart perdeu a tramontana e acabou sendo expulso pela arbitragem.
Novos tempos perturbadores para os analistas de futebol.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...
