Quando não se tem mais esperanças é que as coisas boas acontecem, aprendemos na vida.
Quando o jogo da Baixada, contra o Atlético Goianiense, parecia ter tomado o rumo definitivo de um empate (1 a 1) que frustraria as chances do Furacão de continuar buscando vaga na Libertadores, aconteceu: Nikão, sempre Nikão, eternamente Nikão, levou a última bola do jogo ao fundo do lado esquerdo e cruzou.
Aqui, paro o lance para dizer que, quem aliena uma vitória, assim, como essa do Athletico ao acaso, dirá que Nikão, àquela altura e naquelas circunstâncias do jogo, cruzou ao deus-dará.
Volto ao lance e concluo: correndo pela esquerda, Nikão viu Heleno indo ao ataque, porque não haveria outra bola. O seu cruzamento buscando o zagueiro foi próprio tem quem tem a consciência do que sabe o que está fazendo.
Quando foi cruzar, viu que Heleno já estava na área. Imperial, soberano e espetacular, Thiago Heleno subiu ao céu para buscar a bola de Nikão, e voltou para finalizar o goleiro Jean. Furacão, 2 a 1. Há quem esteja perguntando: mas, e o jogo, como foi o jogo?
Jogo do Athletico começou e terminou no gol de Thiago Heleno
Respondo: mas, que jogo? Esse da Baixada começou e terminou no gol espetacular de Tiago Heleno. O que aconteceu ou deixou de acontecer antes é irrelevante. Nenhuma tática, jogada, virtudes e defeitos, sobreviveria ao momento do gol de Tiago Heleno.
Pobre do analista que perde tempo analisando fatos, por mais verdadeiros que sejam, que foram absorvidos por um lance que a esperança já havia descartado.
O que adianta dizer que na etapa inicial o Furacão parecia indolente por estar, ainda, em estado de êxtase com o jogo monumental que fez contra o Corinthians(3 a 3)? Ou que, sem Kayzer na etapa final, descentralizou para os lados o seu jogo, marcando com Vitinho e, logo depois, sofrendo o empate.
O jogo começou com a jogada de Nikão e terminou no último com o gol de Tiago Heleno. O jogo foi o gol de Tiago Heleno.