Opinião

Um Furacão volta à Baixada: 4×2

Confesso que escrevo cansado de tanta esperar pelo final do jogo. Lembrei de uma confissão de Santo Agostinho, quando provocado para explicar o que é o tempo. “Se ninguém me pergunta, eu sei; se quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”

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Os atleticanos não sabiam explicar a razão de que depois do quarto gol, de Bissoli, aos 24 minutos da etapa final, parecia que o tempo de jogo havia parado.

Com um herói improvável, o menino Christian, o Athletico ganhou da LDU, por 4×2, e vai jogar as semifinais da Sul-Americana contra o maior símbolo do futebol do Uruguai, o Peñarol.

A supremacia do placar clássico 4×2, aqui, não sugere uma vitória sem traumas. A sua beleza, nesse jogo, esteve nos mais variados sentimentos que o Furacão provocou, em especial, o do sofrimento:  a ordem desequilibrada que expôs a defesa, incentivou a LDU a marcar aos 10 minutos do primeiro tempo, com Amarilla.

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Precisando de três gols para ir em frente, empatou com Christian em chute “tipo Vitinho”, aos 25.  E, aos 28, como um ponta de lança da antiga, “tipo Sicupira”, já com jeito de herói, Christian, entre os beques, fez 2 a 1. Agora, precisava fazer mais um gol.

No entanto, o desequilíbrio dos setores que escancarava a defesa mandou outro recibo: o gol de empate de Jhojan Julio, aos 42. Agora, precisava chegar a quatro gols. Estava tão desorientado que parecia precisar do impossível.

O imortal húngaro Puskas deixou uma verdade para os mortais: quando tudo está errado no primeiro tempo, é nos vestiários, no tempo de intervalo, que as coisas devem ser resolvidas.

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Foi o que aconteceu. O Athletico voltou outro. Digamos, um Furacão. E, quando o jovem Erick substituiu Richard, tornou-se irrepreensível. Com a defesa organizada e coberta por Erick, o Furacão naturalmente marcou o terceiro, aos 17 com Bissoli, que arrematou uma  bola que sobrou na pequena área.

E o quarto gol que precisava, também, ao natural, surgiu aos 23: Christian foi derrubado na área, e o pênalti foi batido com uma surpreendente categoria de Bissoli, 4×2. Coisas estranhas aconteciam na Baixada.

E, aí, o tempo parou.

Mas, o Athletico, definitivamente, como um Furacão, manteve-se supremo, jogando com a autoridade que parecia ter perdido para jogar no Baixada. Venceu a LDU sem se importar em responder o que é o tempo.

Christian foi o melhor. Um herói.

Essa coluna é uma homenagem ao coxa Geninho Thomé, um dos sócios da Neodent, que é o “master” da camisa do Furacão.

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