A matéria da notável Luana Kaseker, “Torcedoras do Athletico são ameaçadas por críticas à contratação de Cuca”, revela que a mulher no esporte não se manifesta por corporativismo, mas por consciência.
A consciência das atleticanas sobre a conduta do treinador no episódio de Berna não foi pela condenação anterior ou pela nulidade recente do processo. Foi em razão da base moral do fato de que de Cuca foi sujeito presente no ambiente do crime, o que ele nunca negou. Essa base moral não foi removida e nunca o será.
As torcedoras não estão obrigadas a se resignarem só porque o Athletico precisa de um grande treinador, como é o caso de Cuca. Por mais que alguns dos mais importantes valores de vida seja desprezados no futebol, o valor moral deve ser considerado.
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Agora afirmo eu: a conduta de Cuca não oferece uma boa causa para transformá-lo em vítima de Berna ou em “filho de Nossa Senhora”, como ele gosta de se apresentar. Era só que faltava!
Por que Cuca, “sentindo-se aliviado com a nulidade do processo”, tenha evitado a apresentação no Athletico com a presença da imprensa? É inexplicável que alguém que tem a consciência tranquila como prega tenha evitado o choque com a opinião divergente. Se é o exemplo da moral e da ética sistematizadas por Aristóteles, por que voltou à cena e escondeu-se no CT do Caju?
Por isso, o seu depoimento ao canal oficial do Furacão, sem permitir o contraditório da imprensa, tornou-se vulnerável a qualquer análise. Cuca não pode continuar somente ouvindo as suas próprias vozes interiores e viver de acordo com elas.
E os seus “adoradores”, ao reagirem com ofensas, acabam indo contra o seu próprio interesse. No futebol, a polêmica ampliada no tempo sempre é potencializada de forma negativa. De repente, poderá fazer de Cuca mais problema do que solução para o Athletico. E problemas no futebol, por falta de comando, sobram no Caju. E esses que “adoram” o treinador só pelo interesse por resultados, amanhã podem usar o argumento feminino para pedir a sua demissão.
O que falta a Cuca é um pouco mais de coragem e uma assessoria de imprensa. Se tem, são fracas.
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