Opinião

Pênalti era interpretação e VAR não deve intervir; empate foi bom para o Athletico

Por
Augusto Mafuz
16/03/2025 21:17 - Atualizado: 16/03/2025 21:25
Maringá e Athletico empataram no Willie Davids e seu campo lunar
Maringá e Athletico empataram no Willie Davids e seu campo lunar | Foto: Icon Sport

Pela semifinal do Campeonato Paranaense, no Estádio Willie Davids: Maringá 1 x 1 Athletico. Tome-se esse jogo e haverá, então, a explicação definitiva para o futebol paranaense mostrar o seu caráter paleolítico, e a razão de transitar entre a Segunda e a Quarta divisões nacionais.

A começar, o campo acidentado por buracos que fazia a bola saltar como se fosse um passeio lunar. Se Maringá e Athletico já não são capazes de ter técnica em um campo normal, imaginem entre buracos. Era de chorar.

Sem qualidade, os dois foram para o trabalho pesado. Daí, como se fossem mascates, apresentaram um catálogo do que tinham que oferecer: empurrões, atropelos, faltas e bolas cruzadas. Era uma coisa de louco.

E em uma dessas, aos 12 minutos, Negueba fez uma jogada pela esquerda, em cima do limitado Palácios, e cruzou para Maranhão que, meio torto e meio sem jeito, parecendo o “Corcunda” de Victor Hugo, finalizou Mycael.

Aos 24 minutos, o Athletico, que tentando entender as ideias do seu treinador (o que não conseguiu até o final), empatou: o zagueiro Tobias Figueiredo vindo de trás e de surpresa, cabeceou a bola da falta cobrada por Bruno Zapelli.

O primeiro tempo seguiu e terminou nessa nessa toada: o Maringá pressionando e cruzando bolas. E o Athletico sem uma proposta racional de jogo, vivendo da boa postura de Léo, Belezi e Tobias.

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Para a etapa final, do Maringá, não se esperava mais do que jogou no primeiro tempo. Era o seu limite. Esperava-se que o treinador Barbieri adotasse providências para corrigir os seus erros, em especial, a de avançar o meio não deixando-o grudado à defesa com três zagueiros.

Mas o Furacão conseguiu surpreender, ser pior do que estava. Mais, ainda, quando Zapelli, o único que era capaz de ter o domínio da bola, quebrar o ímpeto adversário e dar um passe, foi trocado por Isaac. Nem Barbieri entendeu a si próprio. O treinador tem paciência com Fernando, Palácios, Raul e Felipinho. Mas é impaciente com Zapelli.

E o jogo, sem ser jogado, foi correndo. O Athletico parece ter desistido de tentar a vitória quando entraram Matheus Babi e Falcão. Esse triste cenário só foi alterado quando Isaac, dentro da área, chutou e a bola desviou na coxa do adversário e foi dar no seu braço aberto.

O árbitro entendeu que o desvio na perna de um maringaense, antes de ir ao seu braço, descaracterizou o pênalti. Então, o lance passou para o campo da interpretação, hipótese em que o VAR não deve intervir. Como não sou de ficar em cima do muro, concordo.

O empate acabou sendo um bom negócio para o Furacão, veja só. Na Baixada, na quarta-feira, o Athletico, outra vez, dependerá da influência da sua torcida. Sempre ela.

É que time para ser favorito, não tem. Resta saber se tem alguém para dar um puxão de orelha no treinador. É possível criar proposta diferente e de surpresa, se tiver jogador. Não é o seu caso.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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