Opinião

Mario Celso Petraglia e o último tijolo da Baixada

Petraglia.

Não havia consolo para Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico. Sentido com o ato judicial originário, que negou a homologação do acordo para finalizar a questão da dívida da Baixada, afirmou: “Eu vou morrer e não verei o Athletico ser tratado com o justo”.

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A expressão “eu vou morrer” não foi só usada como linguagem figurada, depois de nove anos invocando a lei para que o Athletico tivesse a prevalência do contrato com Estado e Município de Curitiba. Foi, também, em razão do seu estado de espírito abalado pela enfermidade grave, que o faz lutar pela vida desde 2019. Petraglia, felizmente, não morreu, e viu a Justiça ter sido pregada a favor do Furacão.

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A decisão dos desembargadores Luiz Cezar Nicolau (relator), Hayton Lee Swain Filho e Luiz Carlos Gabardo, da 15ª. Câmara Civel do Tribunal paranaense, mostrou que a questão era uma simples aplicação da lei ao fato. Homologado o acordo e extintas as execuções, cumpriu-se a lei.

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A luta de Petraglia devolveu-me a lembrança da lição de Rudolf von Ihering, impressa na sua obra definitiva “A Luta pelo Direito”, de que “a luta pelo direito é um dever do sujeito do direito consigo mesmo”. Mais do que financeira e jurídica, a solução para Petraglia era questão moral, de amor pelo Athletico e respeito por sua torcida. Conclusão simples demais? Então, cite-se Ihering: “O comportamento de um homem ou de um povo diante de uma violação do direito é a mais segura pedra de toque do seu caráter”.

Mario Celso Petraglia terminou a sua obra. Escreveu o último capítulo da sua biografia como presidente do Athletico.

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