Opinião

Furacão: muita ilusão e amor para pouco futebol. Galo bicampeão

Por
Augusto Mafuz
16/12/2021 03:29 - Atualizado: 04/10/2023 17:08
Athletico não conseguiu segurar o Galo.
Athletico não conseguiu segurar o Galo. | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes

Na Baixada, pela Copa do Brasil, Athletico 1x2 Atlético-MG. Galo é bicampeão.

Na Arena da Baixada, ambientada por sentimentos múltiplos de risos, prantos e tensão, mas, em especial pelo da busca do Furacão pelo remédio para cicatrizar o orgulho ferido no Mineirão, aconteceu: consciente da supremacia do Galo, o Athletico buscou o equilíbrio de jogo criando uma atmosfera hostil. Com um catálogo de jogo próprio dos inferiores, fez o trabalho pesado.

Desde o início, parecendo paralisado pelo medo de novo fracasso, a sua intenção foi escancarada: faria qualquer coisa para impedir que os mineiros ficassem à vontade como na goleada do Mineirão.

Criar e atacar como métodos, como se exige de quem precisa, no mínimo, criar a ilusão de reversão de uma diferença de 4x0, não eram prioridades. Não perder ou perder por ser impossível ganhar, foi o rumo que tomou.

Sou daqueles que não culpo a lei. Mas no futebol há leis injustas, como a que anulou, aos 20, o gol de Pedro Rocha por uma ação da bola em sua mão em que cada movimento foi natural.

Foi aí que o Furacão começou a dar adeus às ilusões, porque não tinha time para absorver tamanha perda face a supremacia do Galo; e, logo depois, aos 24, Marcinho errou um passe permitindo que Vargas lançasse Keno para finalizar Santos, 1x0.

Torcida do Furacão mostra que merece um time

E nessa atmosfera agreste de faltas e revides o jogo, que só beneficiou o Galo, foi para a etapa final. E, aí, aconteceu um fato: sem Kayzer, o Furacão voltou melhor. Explico: Kayzer é quem criava o desequilíbrio emocional do time por provocar choques, confusões e paralisações do jogo. Isso interessava ao Galo.

Sem ele e sem Cittadini, cansado, ainda que com Mingotti e Canesin, o Furacão passou a fazer um bom jogo. Criou uma ou duas jogadas com a Canesin e a outra, do gol de Mingotti, anulado por impedimento.

Para atacar teria que correr o risco de sofrer o contra-ataque mortal do Galo. Livrou-se de alguns, mas não o de Hulk, que, aos 32, ganhou a bola em um espaço vazio, e na saída de Santos finalizou por cobertura, 2x0. O gol do Furacão, de Jáderson, aos 41, serviu mais como homenagem à torcida.

Como boa metáfora da vida, o futebol é um cruzamento de caminhos que desperta a loucura crônica que existe em cada torcedor.

O Furacão já tinha sofrido do Galo um placar agregado de 6 a 1, mas, o que se continuava ouvindo na Baixada era o canto de 30 mil rubro-negros. A manifestação era do amor puro, mas o dono, Mario Celso Petraglia, deveria ser sensível e entender como um recado de que essa torcida merece um time.

Para analisar a derrota do Athletico nessa Copa do Brasil é preciso analisar bem mais do que as finais contra o Galo. Essa é uma questão para amanhã.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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