colunas e Blogs
Augusto Mafuz
Augusto Mafuz

Augusto Mafuz

Opinião

A sentença de Daniel Alves: prisão perpétua em quatro anos e seis meses

Por
Augusto Mafuz
22/02/2024 14:32 - Atualizado: 22/02/2024 14:32
Daniel Alves.
Daniel Alves. | Foto: Divulgação

O ex-jogador Daniel Alves, que transcendia ao futebol, foi condenado pela Justiça de Barcelona a quatro anos e seis meses de prisão por estupro. Por equação matemática da lei espanhola, em menos de três anos, poderá pedir a sua liberdade.

Pode parecer que o quantitativo da pena tenha sido em proporção menor à gravidade do crime. Essa questão exigiria uma análise técnica da dosimetria, que é o cálculo para definir qual a pena a ser imposta.

Aqui, não é o caso. O que se deve fazer é uma análise social e esportiva da condenação, o que irá tornar até irrelevante o tempo da pena da condenação.

Daniel Alves, por ser famoso e milionário, carregou-se de orgulho e vaidade. Exibindo-se como celebridade, tinha até uma conduta exótica. Exibia-se com roupas e joias exclusivas, namorava e desfilava com modelos exuberantes em Milão, Madri e Paris. E quando jogava como lateral, “transcendia o futebol”, segundo a locução de Tite, enquanto treinador da Seleção Brasileira.

+ Confira as colunas de Augusto Mafuz no UmDois

Orgulho e vaidade originários da fama e da fortuna, quando não há uma sustentação de berço, alteram os atributos da personalidade natural do jogador de futebol. Criando uma nova personalidade, criam um poder pelo qual adotam uma consciência que podem tudo pelo resto da vida.

Esse mundo de Daniel desmoronou-se. Para quem pensava que tinha o mundo aos seus pés, sustentado pelo orgulho, pela vaidade, pelo dinheiro e pelo poder, uma sentença que reconhece publicamente a condição de criminoso por estupro, tem a capacidade de devassar o resto da sua vida. No caso de Daniel, tempo de quatro anos e seis meses da pena torna-se apenas um número formal e simbólico. O conceito social e humano da prisão de Daniel é o de prisão perpétua.

Em um ano, a Justiça Espanhola prendeu, instruiu, procedeu e ofereceu sentença, condenando-o por estupro, sem o beneficio da liberdade provisória em caso de recurso. É um bom exemplo para a Justiça brasileira tratar do caso de Robinho, que continua livre e solto em Santos, ignorando ser estuprador por sentença, na Itália.

Carneiro e Mafuz debatem "Estádio Mario Celso Petraglia"; veja o podcast especial

Veja também:
Termos de uso
Termos de uso
Coritiba sofre mas vence; Athletico sofre mas empata
Coritiba sofre mas vence; Athletico sofre mas empata
Athletico reclama da arbitragem nas redes: "Nem falta?"
Athletico reclama da arbitragem nas redes: "Nem falta?"
Nikão reestreia com gol e agradece Petraglia: "Amo esse clube"
Nikão reestreia com gol e agradece Petraglia: "Amo esse clube"
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Cuca brinca falando sério. E o caso Di Yorio e Benítez
Opinião

Cuca brinca falando sério. E o caso Di Yorio e Benítez

É tudo mentira o que John Textor acusa?
Opinião

É tudo mentira o que John Textor acusa?

Carlos Alberto Werner volta ao Paraná. É quando o amor sente saudades
Opinião

Carlos Alberto Werner volta ao Paraná. É quando o amor sente saudades