Opinião

Bruno Grassi e a súplica pelo pão do cotidiano no Paraná Clube

Bruno Grassi, goleiro do Paraná

“Senhor, eu Vos Suplico: o pão cotidiano, um teto seguro, a saúde necessária, um dia sem acidentes e uma noite tranquila”.

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Lembrei da “Súplica de todas as horas” de Santo Agostinho ao ouvir o goleiro Bruno Grassi, suplicando em seu nome e de seus companheiros, aos cartolas do Paraná. Com a face projetando a sinceridade da sua alma, e a voz exteriorizando desespero a quem é negado alimentos, Bruno Grassi rogou: “Estamos há três meses sem salário, tem gente sem ter o que comer”.

Esse estado foi provocado por Leonardo de Oliveira e Casinha, sem dúvida. É que exercendo o poder absoluto na administração do clube nos dois últimos anos criaram os elementos para que hoje se caracterize uma negação de alimentos aos atletas e funcionários. De ofício, o Ministério Público Federal do Trabalho, deveria iniciar uma investigação para apurar a responsabilidade criminal dos dois. Leonardo e Casinha são casos de polícia.

Mas não há como ignorar a atuação da Justiça do Trabalho, que desde janeiro de 2020, inverte os seus objetivos sociais.

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Ao invés de atuar com equidade para proteger os direitos dos trabalhadores, adotou uma conduta protecionista ao empregador. Primeiro, sob o pretexto da pandemia, suspendeu as exigências das obrigações do Paraná. Embora não o tenha feito por expresso, tornou possível que os seus dirigentes não fossem pressionados pela Lei Pelé, a pagar em dia o salário.

Depois, sob o argumento de que o clube fora rebaixado para a terceira divisão, renovou o ato. Ao usar esse argumento, a Justiça protegeu a administração temerária do clube.

Mais grave, ainda: homologou a parceria com a FDA Sports sem questionar a absoluta falta de qualquer espécie de garantia para proteger os empregados, os credores trabalhistas de créditos menores, e o próprio clube.

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Não adotando nenhuma providência que interrompesse ou interrompa esse ciclo irresponsável dos cartolas, a Justiça do Trabalho colaborou e colabora para esse estado de abandono material que se tornou insuportável para jogadores, funcionários e credores de valores menores, do Paraná.

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