Opinião

As águas de junho do Coritiba e a dureza de jogar a Segundona

Gustavo Morínigo.

Não vejo motivo para se surpreender com a repentina evolução do Coritiba. Não pelas três vitórias em sequência, embora elas representem a materialidade do fato. Não me surpreende, porque os coxas, deixando o orgulho de lado, ganharam a consciência de que para voltar ao Brasileirão terão que jogar como time de Segundona.

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E Segundona é como nos versos rurais na “Águas de Março” de Jobim: “É pau, é pedra, é o fim do caminho. É um resto de toco, é um pouco sozinho”. Contra o Vitória, no Couto, já foi assim. Contra o Guarani, em Campinas, foi além. Há muito não havia um Coxa tão superlativo pela entrega ao jogo através da superação.

Coincidência ou não, as coisas mudaram com a presença do zagueiro Henrique. Ele dá conteúdo para um time que precisava reequilibrar a condição emocional depois do fracasso no Estadual. Não quero dizer que os coxas estão com tudo. Longe disso diante da imensidão que é esse campeonato periférico. Mas já estão conseguindo criar, no mínimo, a impressão de que seguindo assim, é possível voltar a jogar o Brasileirão em 2022.

E contra o Confiança, em Aracaju, tem que continuar assim, como orienta Jobim: “é o pé, é o chão, é a marcha estradeira. Passarinho na mão, pedra de a tiradeira”.

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