Um dia desses estava eu aqui, rasgando todos elogios àquele que os filósofos do CT do Caju resolveram identificar como aspirante do Furacão. Surpreendemente brilhante, lá escrevi.

Esqueci que, quando o brilhantismo é surpreendente, o jornalista deve deixar alguns elogios na reserva. É que tudo que é surpresa, e em especial no futebol, pode ter algum vício escondido. Veja só como são as coisas.

Passada uma semana, estou aqui para confessar o meu engano. O aspirante que já não tinha ganho do sofrível Maringá (0x0), agora, na Baixada, foi incapaz de fazer um único golzinho contra um tal São Joseense (0x0).

Contra o tal São Joseense, com a falsa consciência de superioridade só por estar vestindo a camisa do Athletico, o aspirante quis ser soberbo. Esse fato desorganizou o time e lhe tirou a condição tática para passar pelo ferrolho do time de Marcão.

Não só foi incapaz de criar situações para ganhar, como foi constrangido com a única chance efetiva de gol: a virada e o chute de Gabriel Honório, aos 14’ da etapa final, exigindo a defesa de Anderson. A vitória sobre o Paraná enganou.

O significado de aspirante no futebol não é o mesmo dos dicionários. No futebol é aquele que pretende ser titular reunindo virtudes conclusivas. Desses aspirantes do Furacão, é possível apostar em Luan Patrick, Lucas Fasson e Pablo Siles, o que já é uma grande vitória para o futuro imediato, mas não para ganhar um torneio.

A torcida vaiou. Será que ela está com a falsa ilusão de que o Furacão, neste momento, só tem a pretensão de exibir jogadores para circulá-los no mercado?

Por último, entre parênteses: o que leva alguém que, tendo à disposição um nome tão belo e tão significativo como São José, dar nome de São Joseense. É uma homenagem a quem nasce em São José dos Pinhais, acredito. Mas, então, não poderia ser usado o substantivo “São”, porque tem relação com aquele que foi canonizado.