Augusto Mafuz

No empate, a vitória da alma do Athletico contra o poderoso River Plate

Guilherme Bissoli comemora o gol do Athletico.

Na Baixada, pela Libertadores da América, Athletico 1 a 1 River Plate. Nós que vemos o futebol com o coração, às vezes, praticamos o pecado do egoísmo. Desprezamos os fatos que ambientam um jogo, e que não ocorrem por acaso, para dar razão à incompreensão.

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O sentimento dos atleticanos que ficou após esse empate na Baixada é o de perda. O Furacão poderia perder para o poderoso River, porque já tinha vários álibis: até um dia desses, estava encaminhado para a Segunda Divisão nacional;  jogava contra o melhor time da América do Sul;  às vésperas do jogo, entre os nove jogadores que foram infectados pelo Covid, estavam o goleiro de Seleção, Santos, o seu reserva Jandrei. Então, teve que recorrer ao jovem curitibano Bento e, sem Christian no meio, ficou sem Nikão, que há anos é o núcleo de qualquer esquema.

Athletico x River Plate – as informações no tempo real do UmDois Esportes!

Mas, eis que de repente, sob a supremacia da personalidade de seu treinador Paulo Autuori, mostrou que era possível alguma coisa além da derrota. Depois de um primeiro tempo irrepreensível na ordenação do jogo (marcação e defesa), com Walter e Bissoli na etapa final, levou os Millionários à loucura.

Inteligente, Walter passou a atrair a zaga, abrindo espaços. Na primeira jogada que fez, a bola foi para um vazio que Bissoli ocupou. E o seu chute rasteiro venceu o goleiro Armani.

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E o Athletico que já tinha a sua derrota anunciada e sob conforto, então passou a ganhar de 1 a 0. E, para isso, não fazia nada mais do que jogar estupidamente bem pelas circunstâncias antecedentes (contaminação). Era tão perfeito no aspecto tático pelo que o jogo exigia, que parecia vacinado, sem riscos.

Athletico não teve como segurar o River após expulsão

Mas aí o jovem Reinaldo foi expulso, obrigando Autuori a remontar o time. Se com onze tinha que se superar para dar equilíbrio técnico e tático, com dez teve que suar sangue. Cittadini já estava sangrando há tempo.

O empate seria o corolário da pressão que o River exercia. E ele aconteceu, aos 44 minutos, na bola vindo de escanteio, passou pelo quase invulnerável Thiago Heleno, que poderia ter subido mais, para ser desviada pela cabeça de Paulo Diaz, 1×1.

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Não escolho o melhor em campo. Escolho aquele que simbolizou o Furacão nesse jogo: o goleiro Bento, 21 anos. Estreando como profissional no time de infância, no lugar de Santos, goleiro de Seleção, pela Libertadores e contra o poderoso River Plate, mostrou imensas virtudes que o tempo irá consagrar. 

Essa coluna é dedicada a seus pais, que não os conheço, não sei os nomes, e não sei onde moram.

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