Tite descarta política, critica intervenção militar e elogia ação do MP e PF
O técnico Tite não pretende entrar na política, contrariando boa parte da vontade dos brasileiros. Em entrevista recente ao site do El País, o treinador da seleção brasileira falou bastante sobre política, mas deixou claro que não existe a menor possibilidade de pegar carona no vácuo da sua popularidade para se candidatar à presidência da República.
O Instituto Paraná Pesquisas, entre 24 e 27 de março, mediu as chances do comandante ao perguntar a 2.260 brasileiros maiores de 16 anos se “votariam nele para presidente do Brasil em 2018?”. A especulação tomou conta das redes sociais com a #titepresidente. O resultado foi surpreendente, com quase 15% declarando desejo de endossar a candidatura (ao que tudo indica, fake). Diante desse cenário completamente hipotético, Tite iria para o segundo turno com Lula.
“Eu levo essa história como uma brincadeira e uma demonstração de que os brasileiros estão felizes com a seleção brasileira. Não só com o resultado, mas com o jeito que a equipe está jogando. Eu interpreto dessa forma”, avaliou o treinador ao El País. Ele garante que nem sequer foi sondado por partidos políticos. “Qualquer pessoa que me conheça minimamente não vai chegar perto de mim para propor filiação ou qualquer outro envolvimento com partidos nesse momento.”
No trecho mais significativo da entrevista, o gaúcho se posicionou contra aqueles que pedem uma intervenção militar no país. Tite contou que foi questionado pelo filho de como era a Ditadura no Brasil e respondeu: “Mostrei pra ele o quanto eu fico chateado de ver pessoas na rua cogitando a possibilidade de que uma ditadura possa solucionar algo. O que teve de gente morta, de incapacidade de dar opiniões, de cerceamento à liberdade de imprensa, de corrupção que não era investigada naquele período… Definitivamente, não é esse o caminho. Ditadura não é solução.”
Tite se mostrou otimista com a possibilidade de os corruptos pagarem pelos malfeitos.”Como ser humano, eu torço para que a sociedade consiga caminhar para ter mais igualdade social e para que todos os responsáveis por crimes de corrupção sejam punidos. Impunidade é algo que me machuca. Eu vibro muito quando o Ministério Público e a Polícia Federal cumprem seu papel e não se deixam pressionar por interesses políticos. Isso sem contar a imprensa, que nunca foi tão importante para ajudar a esclarecer os fatos. Apoio todos os procedimentos que trazem a verdade à tona.”