Opinião

As semelhanças entre Follador e Bacellar no Coritiba

Renato Follador e Rogério Bacellar

A eliminação vergonhosa no Paranaense deflagrou a primeira crise da gestão de Renato Follador no Coritiba. O dirigente, eleito sob o lema “é mais fácil administrar o Coxa do que uma padaria“, comete erros iguais aos de últimas gestões do clube.

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A retórica usada por Follador faz lembrar a de Rogério Bacellar, presidente de 2015 a 2017. Promessas mirabolantes, uma dezena de dirigentes envolvidos na gestão e mudanças logo na primeira crise – as famosas “correções de rota”, um jeito sofisticado que os cartolas usam para explicar os seus próprios erros.

O mesmo aconteceu com Bacellar, em 2015. A promessa de uma reformulação total no departamento de futebol não durou nem seis meses, com o pedido de demissão de João Paulo Medina, na época CEO do Coritiba, e também do vice-presidente Ricardo Guerra. Ambos saíram porque viram que, naquele ambiente, não havia espaço para profissionalização.

É uma espécie de looping coxa-branca. Seis anos depois, a promessa de uma “revolução” do atual mandatário (deixo aqui os parabéns ao departamento de marketing do clube, que melhorou significativamente). Cinco meses depois, a principal cabeça do futebol, José Carlos Brunoro sai por “divergência de opiniões”. Com ele, sai o vice-presidente e empresário Marcelo Almeida.

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Follador também insiste em outras táticas preocupantes utilizadas por Bacellar. Aposta pesada em medalhões, promessa de contratações “criteriosas que passam pela avaliação de 12 gestores”, e a volta do papo de reformar o Couto. Tudo isso enquanto o clube patina financeiramente, com déficit de R$ 22 milhões em 2020.

Já alertei aqui no UmDois sobre a estratégia arriscada de Follador. Seria ótimo se o caminho para a reconstrução do Coritiba fosse fácil assim. Mas o que o torcedor espera é menos falação, e mais time.

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