colunas e Blogs
André Pugliesi
André Pugliesi

André Pugliesi

Opinião

Final se joga. Ou não se ganha. Já está na hora de o Athletico aprender

Por
André Pugliesi
03/03/2022 18:49 - Atualizado: 04/10/2023 16:55
Final se joga. Ou não se ganha. Já está na hora de o Athletico aprender
| Foto: Estadão Conteúdo

"Final não se joga, se ganha". A frase do interminável e extraclasse Lucho González tornou-se um mantra no Athletico e serviu de lema para as recentes conquistas do clube. Tem sentido bem mais amplo que o literal, claro, e com o qual eu concordo, em absoluto.

Nas grandes decisões, é preciso querer. Pesam consideravelmente: disposição (raça, vontade, entrega e quantos sinônimos mais você quiser) e camisa (hierarquia). Agora, se não tiver bola, jogo jogado, estratégia (em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie), em suma, futebol, esqueça.

Tudo que o Furacão não mostrou no Allianz Parque, diante do Palmeiras. Tudo que o Quatro Ventos (meteram essa?) não mostrou no Mineirão, frente ao Atlético-MG. Ou alguém levou a sério o esquema Rocky Balboa que o Rubro-Negro empregou?

Sim, a impressão que se teve, tanto em Minas, como em São Paulo, foi que a ideia do Athletico era apanhar tanto que o adversário, em algum momento, tombaria, extenuado da saraivada de golpes aplicada. O plano era agredir, ao máximo, a mão do rival com o próprio rosto.

Vertendo para o futebol, é a bobajada do "saber sofrer". O, digamos, conceito disseminado por Paulo Autuori que o Athletico costurou no seu estandarte, com a inscrição em letras douradas: "Jogo CAP". Basicamente, esperar o que o outro time vai fazer pra ver como é que fica.

Evidentemente, não deu certo. E nem teria como, por exemplo, no outrora Jardim Suspenso do Parque Antárctica, com a disposição de quatro volantes, o ótimo, mas ciclotímico Terans, e um Pablo ainda digerindo as férias. No popular: o conjunto liderado por Alberto Valentim não relou no porco (a bola) e no Porco (o Palmeiras).

Fica, então, mais uma lição de como o clube, apesar da pilha de taças no CT do Caju, precisa jogar mais em decisões. Um número acachapante: nos três jogos longe do bafo da Baixada, contra River Plate (Recopa), Galo e Palmeiras, a representação atleticana levou nove gols e não pôs uma bolinha sequer no barbante. É sintomático.

E se lembrarmos, ainda, que dos quatro tempos normais da final da Sul-Americana 2018 o Junior Barranquilla jogou melhor, fácil, em três – sem contar a intervenção daquele que mora nas profundezas do Caldeirão do Diabo – sobram as ótimas recordações do duelo contra o Internacional, pela Copa do Brasil 2019, vencido com autoridade, e o combate equilibrado com o Red Bull Bragantino, em jogo isolado, ano passado, pela Sula.

O Athletico, como nunca, está se acostumando a decidir torneios importantes ante rivais poderosos, com mérito notável de sua administração e, óbvio, de técnicos e jogadores, jogando bola em alto nível. O nível de exigência, então, aumenta, especialmente para um clube que promete disputar o Mundial até 2024.

Mas, para tanto, vai ter que aprender. Final se joga. Ou não se ganha.

Veja também:
Neymar é excluído de ranking dos brasileiros mais valiosos
Neymar é excluído de ranking dos brasileiros mais valiosos
Botafogo x Palmeiras: John Textor é suspenso pelo STJD
Botafogo x Palmeiras: John Textor é suspenso pelo STJD
Marco Ruben relembra passagem pelo Athletico e abre o jogo sobre Tiago Nunes
Marco Ruben relembra passagem pelo Athletico e abre o jogo sobre Tiago Nunes
De volta ao Couto após 35 dias, Coritiba busca quebrar sequência sem vencer
De volta ao Couto após 35 dias, Coritiba busca quebrar sequência sem vencer
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre André Pugliesi
A “revolução do streaming” não será televisionada na Copa do Mundo
Opinião

A “revolução do streaming” não será televisionada na Copa do Mundo

Vai começar o maior show da Terra: Galvão Bueno narrando
Opinião

Vai começar o maior show da Terra: Galvão Bueno narrando

Petraglia “prova” que torcida não ganha jogo; Felipão discorda. Mas pouco importa
Opinião

Petraglia “prova” que torcida não ganha jogo; Felipão discorda. Mas pouco importa