Os feitos do presente e as glórias do passado
Background personalidade
Dirigente

Farinhaki, o libertador 

Por
Sandro Moser, especial para UmDois Esportes
11/01/2024 00:01 - Atualizado: 07/02/2024 21:44

Na segunda metade de sua vida, viu-se o Athletico perdido numa selva escura como a descrita por Dante na Divina Comédia: “Tão cruel e amarga que a simples lembrança me traz de volta o medo”. Falo do Pinheirão, onde numa tarde, em 1991, a exausta torcida esqueceu do jogo e foi para baixo das sociais cobrar a volta à Baixada. 

Sempre imagino os eventos subsequentes como uma passagem bíblica. No camarote, o presidente José Carlos Farinhaki estava só, mas ouviu uma voz: “Leva este povo para a terra prometida”. Ainda em transe, tomado por este espírito, disse ao povo que o faria. Ao despertar, lhe perguntaram quando começariam as obras. “Na segunda-feira!”, garantiu. 

Farinhaki chegou ao Athletico nos anos 1970, no tempo da retaguarda atleticana. Foi diretor de futebol nos títulos de 1983, 1985 e 1988. Homem do povo, sabe tudo de bola e de boleiros. Em 1989, porém, o Athletico estava na pior, na Série B nacional e preso a um contrato leonino no Pinheirão. Nenhum dos cardeais atleticanos tinha colocado o nome para disputar a presidência. 

Farinhaki, que tinha começado uma carreira de empresário e ganhado uma grana vendendo alguns jogadores, estava tomando uma cerveja no Bek’s e decidiu colocar seu nome no pleito. “Minha ideia era fazer os atleticanos ricos se coçarem”, ele sempre conta. Não apareceu ninguém e ele concorreu sozinho.

Ao assumir como presidente, com sua prosódia peculiar, disse que iria subir e seria campeão. Pois subimos e fomos campeões. Já bastaria para levá-lo ao panteão atleticano. Mas havia mais. Ele peitou poderosos que queriam um shopping na Baixada e bancou a volta para casa ao liderar um grande mutirão atleticano. Saiu da presidência, em 1993, deixando o estádio pronto para ser inaugurado.

Quem o sucedeu, porém, nem o convidou para a festa. Mas a torcida o reconheceu e o ovacionou nas arquibancadas batizando de “Farinhacão” aquela versão do estádio.  Sempre que o encontro na Baixada, agradeço ao “tirado das águas”, o profeta polaco que liderou o povo em seu êxodo para salvar nossa Baixada.

Veja também:
Grêmio: Presidente dispara contra clubes que ofereceram CT e estádio
Grêmio: Presidente dispara contra clubes que ofereceram CT e estádio
Jogo do Paraná Clube no Couto Pereira tem nova mudança de horário
Jogo do Paraná Clube no Couto Pereira tem nova mudança de horário
Gigante europeu encaminha acerto com Estevão: veja valores
Gigante europeu encaminha acerto com Estevão: veja valores
Coritiba encaminha a contratação de Paulo Autuori; veja detalhes
Coritiba encaminha a contratação de Paulo Autuori; veja detalhes
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre 100 personalidades
Sandro Moser, o autor
Jornalista

Sandro Moser, o autor

Joffre Cabral e Silva, uma ópera rubro-negra 
Presidente

Joffre Cabral e Silva, uma ópera rubro-negra 

Alex Mineiro, o G.O.A.T
Atacante

Alex Mineiro, o G.O.A.T