Pressionado pela torcida por conta do desempenho ruim no comando do Athletico, o técnico Alberto Valentim vê os números darem razão às arquibancadas.
Em aproveitamento de pontos disputados, o atual treinador tem o segundo pior rendimento na segunda “era Petraglia”.
O presidente do Furacão retornou ao clube para a temporada 2012. Entrando em sua 11ª temporada, foram 19 técnicos ocupando o cargo – sem contar interinos e os que ficaram só com os aspirantes.
Com 39,5% de aproveitamento, Valentim só fica à frente de Fernando Diniz, que em 2018 somou 34%, com cinco vitórias, sete empates e nove derrotas em 21 partidas.

Desde que chegou ao Rubro-Negro, em outubro de 2021, o treinador comandou o time em 27 jogos. Foram oito vitórias, oito empates e 11 derrotas.
Neste período, acabou conquistando a Copa Sul-Americana do ano passado em cima do Red Bull Bragantino, mas dirigindo o Athletico apenas na decisão do torneio, que acabou com o placar de 1 a 0.
No Brasileirão, o Furacão oscilou e chegou a ser ameaçado de rebaixamento faltando poucas rodadas para o término da competição. Na Copa do Brasil, o treinador, embora tenha sido finalista, venceu apenas um de quatro jogos.
Pegou a equipe já na semifinal, quando empatou na Arena em 2 a 2 com o Flamengo e depois venceu por 3 a 0 no Maracanã, mas perdeu na final por 4 a 0 e 2 a 1 para o Atlético-MG.
Em 2022, após um empate e uma derrota para o Palmeiras, amargou o vice da Recopa, enquanto no Paranaense disputou poucas partidas e com poucas peças do grupo principal à disposição, caindo na semifinal diante do Coritiba.
Retrospecto que explica a cobrança dos atleticanos por mudanças no comando técnico. A pressão já vem desde o final da última temporada e foi se intensificando nos últimos meses.
Após o empate em 0 a 0 com o Caracas, na estreia na Libertadores, nas redes sociais os torcedores reclamaram muito do desempenho diante de um fraco adversário.
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Petraglia nega qualquer mudança no comando
Porém, Petraglia já reforçou que não vai cair na pressão e garantiu que não vê motivos para fazer a troca de Alberto Valentim no momento.
“O Athletico é administrado de dentro para fora, não adianta gritar. O julgamento não é feito pela torcida, é feito por nós. Somos nós quem sabemos. Me chamam de burro com isso. Não vejo nenhuma necessidade de mudar. Hoje o torcedor tem o que para reclamar? Tem que arrumar algo para reclamar e pegou o Alberto”, disse o presidente, em entrevista à rádio Transamérica na semana passada.
Valentim é o 19º técnico da nova “era Petraglia”; Carrasco, Drubscky e Tiago Nunes no topo
Desde que voltou ao Athletico, Petraglia contratou 19 técnicos diferentes, com Paulo Autuori tendo duas passagens (em 2016 e 2017 e retornando em 2020, ficando até 2021).
Inclusive, ele é o que está à frente no número de jogos comandados. Foram 112 no total (86 na primeira passagem e 26 na última).
Em seguida, aparecem Tiago Nunes, com 105, Vágner Mancini, com 41, António Oliveira, 40, e Juan Ramón Carrasco, com 36.
No entanto, é o treinador uruguaio, justamente o primeiro desta nova era, o com o melhor aproveitamento em termos de resultados. Vice-campeão paranaense de 2012 e irregular na Série B daquele ano, o treinador foi embora com 67,5% dos pontos somados.

Atrás dele vem Ricardo Drubscky, que subiu com o Furacão em 2012, com 65,6%, Tiago Nunes, com 59%, Vágner Mancini, 58,5%, e António Oliveira, 58%. Vale destacar que o levantamento é feito apenas em cima do número de jogos, não em campanhas ou conquistas.
Além disso, foram considerados apenas aqueles que passaram pelo time profissional, não somente pelo aspirantes ao longo do Paranaense, casos de Arthur Bernardes (2013), Petkovic (2014), Bruno Lazaroni (2021), James Freitas (que comandou apenas um jogo no principal, na última rodada do Brasileirão em 2021) e Wesley Carvalho, atual comandante do aspirantes.
Confira o desempenho de todos os técnicos do Athletico desde 2012