Homenagem

Todos o conhecem por Lucho González. Mas eu o chamo de Luisito, meu grande amigo

Lucho González

Lucho González

O UmDois Esportes convidou o Henrique Tuoto, torcedor do Athletico e reconhecido como grande fã do Lucho González, para descrever, em texto, num dia de jornalista, como é a relação dele com o volante argentino que se despede do futebol nesta quinta-feira (27) pelo Furacão.

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Um ídolo de futebol é aquele jogador que marca de alguma maneira sua passagem por um clube e consegue mexer com o coração do torcedor. Assim foi com os eternos ídolos do nosso Athletico, como o Caju, o Jackson, o Djalma Santos, o Nilson Borges, o Sicupira e o Alex Mineiro. Desculpe se esqueci algum outro, mas sou muito novo. Mas, como um bom atleticano, escutei muitas histórias. Alguns deles tive o prazer de conhecer pessoalmente, como o Sicupira e o Alex Mineiro.

Para mim, para dizer que um jogador de futebol é ídolo, você tem que ter visto ele jogar. Não simplesmente assistir na televisão, mas sim assistir ele jogar da arquibancada. Sentir sua interação com a torcida, sua paixão pelo clube e o sangue nos olhos enquanto veste a camisa.

Acompanho meu querido Furacão desde que nasci. Antes de eu nascer, meu pai já havia comprado uma cadeira para mim. Quando nasci tive duas opções: ser atleticano ou ser atleticano (ainda bem). Por isso, desde bebê acompanho o Furacão das arquibancadas e, até então, nunca nenhum jogador havia surgido como um ídolo para mim.

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Mas, em 2017, aquele gol da classificação para fase de grupos da Libertadores na vitória do Athletico contra o Deportivo Capiatá, por 1 a 0, marcado pelo Lucho González, despertou a figura de ídolo que, até então, eu procurava.

Lucho marca contra o Capiatá. Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

Depois, aquele gol que deu a vitória ao Athletico frente ao San Lorenzo, lá em Buenos Aires, foi o que bastou para eu definitivamente virar um fã dele (mais tarde soube que o San Lorenzo é o time do melhor amigo dele e imagino o quanto o Lucho o sacaneou).

Lucho contra o San Lorenzo. Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Em fevereiro de 2018, o Athletico anunciou uma tarde de autógrafos com o Lucho e o Éderson, logo depois de um Atletiba em que o Furacão ganhou do Coritiba por 1 a 0. Convenci meu pai a me levar, o que não foi difícil, e preparei uma carta para entregar para o Lucho, onde eu contei que era fã dele e pedi para que ele erguesse a taça de campeão (mal imaginava eu que no final daquele ano ele iria erguer a taça da Copa Sul-Americana).

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Não esqueço até hoje nenhum momento do dia em que o conheci em “carne e osso”. Ele foi extremamente atencioso comigo. Escutou eu ler a carta atentamente, agradeceu, me deu um forte abraço e guardou a carta. Lembro que aquele dia eu não consegui dormir depois de conhecê-lo.

Arquivo pessoal

Dias depois, no jogo da Copa do Brasil, entre Athletico e Tubarão, um duelo emocionante que vencemos por 5×4, o Lucho me presenteou lá na arquibancada da Arena com a sua camisa do jogo. Mais uma noite que eu não peguei no sono de jeito nenhum.

Arquivo pessoal

Daí para frente não preciso contar mais a história do Lucho no Furacão. Todos já sabem. E ninguém jamais esquecerá. Ergueu a taça da Copa Sul-Americana, da Copa Levain e da Copa do Brasil. Assim, o Lucho deixou de ser o meu ídolo e se tornou ídolo do Furacão.

Na verdade, o Lucho se tornou ídolo do Furacão porque ensinou definitivamente ao meu querido Club Athletico Paranaense que “final não se joga, se ganha” e o colocou em um outro patamar do futebol sul-americano.

E já imaginou se tornar amigo do seu ídolo? Pois é, poucos tem esse privilégio, mas eu tenho um ídolo no futebol que se tornou um amigo de verdade. Mais que ídolo, o Lucho se tornou meu amigo e me orgulho muito disso. Pra mim ele também é o Luisito.

Arquivo pessoal

Uma amizade verdadeira. Ele é o “cara” que sabe exatamente a sua importância para a sua família, para os amigos, para a torcida e para o Athletico, mas que em nenhum momento deixa se levar pela vaidade ou pela fama.

Na minha memória ficarão para sempre as imagens do meu ídolo Lucho González com a faixa de capitão levantando as taças das maiores conquistas do Furacão. E no meu coração ficará para sempre a amizade do meu grande amigo Luisito.

Lucho e Luisito, muito, muito obrigado por tudo! As alegrias que você me deu foram imensas. Foi uma honra poder vê-lo vestir a camisa rubro-negra.

Henrique Cavali Tuoto, 13 anos, torcedor do Athletico e fã do Lucho González (@henriquetuoto)

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