No início manhã desta quinta-feira (24), o atacante Vitinho, ex-Athletico e atualmente no Dínamo de Kiev, deixou às pressas o apartamento em que vive em Kiev, com a esposa e o filho, de dois anos, em meio aos sons de sirenes de emergência que ressoaram na capital da Ucrânia, obrigando as pessoas a evacuarem suas residências.
Assim como os demais brasileiros que defendem clubes de futebol na cidade, há dias a família havia deixado uma mala pronta para a fuga, caso a Rússia resolvesse atacar o país.
“Ele estava com pouco contato com o Dínamo, na verdade. O pessoal estava confiante de que haveria apenas algum ataque na fronteira, que não viria para Kiev, então nós os ajudamos daqui a coordenar os próximos passos”, relata Wellington, irmão do jogador.
“Na verdade, foi o Shakhtar que chamou os jogadores para um hotel que é do clube. E, como os jogadores brasileiros moram próximos, no mesmo condomínio, a gente orientou ele a seguir os atletas do Shakhtar e também ir para o hotel”, prossegue, citando o Shakhtar Donetsk, clube rival do Dínamo.
Ainda nesta quinta-feira (24) os jogadores reunidos no hotel, entre eles o ex-Coritiba, Dodô, o ex-Corinthians, Pedrinho, o ex-São Paulo, David Neres, e o ex-Fluminense, Marlon, gravaram um vídeo em apelo ao governo brasileiro, para que os ajude a deixar o país.
Em sua conta no Instagram, Vitinho postou: “Orem por nós.
“A gente clama para o governo brasileiro dar alguma posição para eles, um planejamento do que pode ser feito. É um apelo não só para os jogadores, mas para todos os brasileiros que estão lá. Entre eles circulou uma informação de que o presidente Bolsonaro falaria ainda hoje com eles, para tentar uma saída”, prossegue Wellington.
Segundo informações do Estadão, o Itamaraty está trabalhando no assunto.
Dias antes do ataque russo, os elencos de Dínamo de Kiev e Shakhtar estavam na Ucrânia, em pré-temporada para o campeonato ucraniano, que começaria no próximo final de semana.
“Os ucranianos não acreditavam que ia acontecer esta guerra. Os brasileiros estavam bem preocupados, tensos, sem dormir, mas os ucranianos pareciam não acreditar, pois desde 2014 tem essa ameça e sempre ia se resolvendo de forma diplomática. Até hoje”, diz Wellington.
“A gente só via isso em filmes e agora acompanhar é muito dolorido, principalmente estrangeiros, trabalhando por uma vida melhor, é horrível. A gente pede que as autoridades deem um posicionamento, algo para a gente tentar ficar mais tranquilos”, completa.
O jovem Vitinho desembarcou na Ucrânia em agosto do ano passado após obter destaque no Furacão e ser negociado por cerca de 6 milhões de euros.