O Athletico não entrou em acordo com a Ligga Telecom em relação à falta de pagamentos da empresa pelos naming rights da Ligga Arena e deixou de usar a marca como nome de seu estádio. No site oficial do clube, casa rubro-negra está sendo tratada pelo tradicional apelido de Arena da Baixada há alguns dias.

A informação foi divulgada pela jornalista Monique Vilela, da Rádio Transamérica, e confirmada pelo UmDois Esportes. Em maio, o colunista do UmDois Esportes Augusto Mafuz noticiou que a empresa teria débito de cerca de R$ 50 milhões com o Furacão.

O valor se refere a parcelas atrasadas do acordo, além de multas contratuais, apurou a reportagem. Agora, a tendência é que o caso seja resolvido judicialmente.

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Além nome Ligga Arena, o estádio também têm mobiliário que faz menção à empresa e toda uma identidade visual da mesma, inclusive com banners e placas. Não foi possível confirmar se ou quando o clube vai retirá-los.

Ao todo, a Ligga concordou em pagar R$ 200 milhões ao Athletico pela cessão dos direitos de nome da Arena da Baixada pelo período de 15 anos, a partir de julho de 2023. Anualmente, o valor devido é de R$ 13,3 milhões, além de correções monetárias.

O montante a receber da Ligga também tem importância estratégica para o Rubro-Negro, já que ele aparece como garantia no novo contrato entre Fomento e Athletico, assim como mensalidades de sócio-torcedor.

Arena da Baixada ou Ligga Arena?

Contrato da Ligga Arena é top 3 do país

Quando fechou o acordo para renomear sua casa como Ligga Arena, o Athletico se colocou no top 3 do país no quesito de naming rights. Somente Corinthians e Palmeiras têm acordos mais vantajosos pela cessão da nomenclatura de seus estádios.

Inaugurada em 2020, a Neo Química Arena dará R$ 300 milhões ao Timão em um contrato de 20 anos. Quantia e tempo idênticos ao que o Palmeiras negociou em 2013, antes mesmo da inauguração do Allianz Parque.

O Athletico, contudo, foi tornou pioneiro neste tipo de acordo. Em 2005, o estádio atleticano foi rebatizado de Kyocera Arena, em negócio com a firma de tecnologia japonesa Kyocera, que durou até 2008.

Na época, o clube recebeu cerca de US$ 1 milhão por temporada, mas decidiu não renovar o contrato pois buscava valorização de seu ativo. A demora levou 15 anos, mas o Furacão finalmente concluiu outro negócio para gerar uma receita significativa com sua casa.

Petraglia na Ligga Arena.

Estádio Mario Celso Petraglia

Em fevereiro de 2024, o Conselho Deliberativo do Athletico fez outra mudança histórica em relação à casa do Athletico. O nome original do estádio, Joaquim Américo Guimarães, fundador do Internacional, um dos times que originou o Furacão, foi substituído pelo do atual presidente, Mario Celso Petraglia.

Apesar da convocação dos conselheiros, não foi feita nenhuma contagem de votos sobre a mudança. A reunião, contudo, oficializou a mudança por aclamação. Conforme o estatuto do Athletico, o assunto é de exclusiva responsabilidade do Conselho. Por causa disso, não houve nenhuma consulta aos associados para a mudança.

A troca causou polêmica entre torcedores e a família de Guimarães chegou a organizar um abaixo-assinado contra a mudança de nome.

Ligga se surpreende com atitude do Athletico

Em nota, a Ligga Telecom se manifestou sobre a atitude do Athletico de retirar o nome da empresa dos naming rights do seu estádio e ressaltou que recebeu a informação com “surpresa”. Confira a nota abaixo:

A Ligga Telecom foi surpreendida com a decisão do Club Athletico Paranaense de suspender a utilização do nome “Ligga Arena” na identificação do estádio, visto que negociações estão em curso. Ressaltamos que o diálogo entre as partes tem o objetivo de revisar os termos do contrato de naming rights vigente, com foco na construção de uma solução que atenda aos interesses mútuos.

O contrato firmado prevê cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de informações sobre as negociações em andamento. A Ligga reitera que os diálogos com o CAP seguem de maneira respeitosa e responsável.

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