Estadual

Sete motivos que explicam o rebaixamento do Paraná Clube

Por
Pedro Melo
12/02/2025 22:06 - Atualizado: 12/02/2025 22:17
Argel Fuchs no comando do Paraná.
Argel Fuchs no comando do Paraná. | Foto: Vinicius Do Prado/Agência F8/Gazeta Press

O Paraná Clube foi rebaixado pela terceira vez na história no Campeonato Paranaense. Assim como ocorreu em 2011 e 2022, o Tricolor caiu para a segunda divisão do Estadual com uma rodada de antecedência.

A expectativa do time paranista no início da temporada era de garantir calendário nacional para 2026. O discurso inicial do departamento de futebol foi de muito otimismo para atingir o objetivo.

Fernando Miguel, gerente de futebol do Paraná Clube no início da temporada

“Tenho certeza que teremos um time forte e organizado para que o clube alcance seus objetivos”.

No entanto, o clube não ficou em nenhum momento na zona de classificação para as quartas de final e caiu com apenas uma vitória.

A reportagem do UmDois Esportes lista os sete motivos que explicam a queda do Paraná Clube para a segunda divisão do Campeonato Paranaense.

Fernando Miguel
Fernando Miguel

Paraná Clube não ganhou na Vila Capanema

A única vitória do Paraná Clube no Campeonato Paranaense foi em jogo fora de casa, contra o Rio Branco, por 1 a 0. Apesar do apoio da torcida, que compareceu em bom número, o Tricolor empatou as quatro partidas na Vila Capanema.

Os quatro empates foram contra Operário, em 1 a 1, e Andraus, Cascavel e Maringá, em 0 a 0. A despedida melancólica apenas para cumprir tabela será no clássico contra o Coritiba, no sábado (15), às 16h.

A página "Festa na Vila" já cancelou a arrecadação para organizar qualquer cerimônia na Vila Capanema.

"Mexeram com o que de mais importante move nossas vidas e nos impediram de celebrar o que mais gostamos. Obviamente nosso sentimento é o mesmo de toda a nação paranista. Somos um movimento de paranistas pelo paranismo. Acreditamos que devemos sempre elevar o nome do Paraná Clube, principalmente porque quem tem a responsabilidade de o fazer, não o faz".

Lance de Paraná Clube x Maringá
Lance de Paraná Clube x Maringá

Erros de planejamento no Paraná

Após o título da segunda divisão do Campeonato Paranaense, a torcida paranista tinha a expectativa da manutenção do técnico Tcheco. No entanto, a diretoria optou pela contratação de Argel Fuchs.

Argel e o então gerente de futebol Fernando Miguel foram os responsáveis pela montagem do elenco.

“Conheço seu trabalho, tenho plena confiança na contribuição que ele terá no projeto e na montagem do time. Tenho certeza que teremos um time forte e organizado para que o clube alcance seus objetivos”, disse Fernando Miguel, no anúncio de Argel Fuchs.

No entanto, o trabalho de Argel durou apenas cinco jogos no Paraná, com dois empates e três derrotas. Fernando Miguel saiu do cargo de gerente de futebol dias antes, mas permaneceu no clube com uma posição no Comitê de Estrutura, Formação e Desenvolvimento.

Tcheco retornou ao Paraná Clube junto com o gerente de futebol Carlos Bonatelli. Os dois trouxeram reforços para o elenco paranista, mas não evitaram o rebaixamento.

Dos reforços contratados, quatro deles saíram antes mesmo do término do Campeonato Paranaense. São eles: o meia Lucas Lourenço e os atacantes Kaio Nunes, Eduardo Tanque e Marlon.

Elenco do Paraná Clube sofre com problemas físicos

Júlio Rusch foi um dos atletas lesionados durante o Estadual.
Júlio Rusch foi um dos atletas lesionados durante o Estadual.

Junto com Argel Fuchs, o Tricolor contratou o preparador físico Diego Mello. Ele foi o responsável pelos trabalhos físicos com o elenco paranista na pré-temporada. No entanto, o Tricolor sofreu com muitos problemas durante o Campeonato Paranaense.

Contratado para ser o artilheiro, o experiente Leandro Pereira, ex-Palmeiras, ficou de fora das quatro primeiras rodadas por lesão na coxa direita. O centroavante também foi desfalque no confronto direto com o São Joseense por desconforto articular no joelho esquerdo.

O zagueiro Yan Victor, que começou o Estadual como titular, machucou a coxa no início da segunda partida e não voltou a mais. Os volantes Bruno Vinícius e Júlio Rusch, o meia Gustavo Xuxa e o atacante Diego Tavares foram outros desfalques em algum momento do Estadual por lesão.

Polêmicas com a arbitragem

Confusão pós-jogo entre Paraná Clube x Operário
Confusão pós-jogo entre Paraná Clube x Operário

O Paraná Clube reclamou muito da arbitragem por uma suposta invasão no rebote da cobrança de pênalti que resultou no gol do Athletico logo na primeira rodada. No jogo seguinte contra o Operário, os jogadores e o técnico Argel Fuchs foram para cima da arbitragem pela penalidade máxima marcada nos acréscimos do segundo tempo.

Por conta disso, o lateral-esquerdo Kevin, do volante Júlio Rusch e do atacante Matheus Sagui pegaram quatro jogos de suspensão. O volante Geilson foi suspenso por duas partidas. Os três primeiros estão liberados por efeito suspensivo, enquanto o último cumpriu a punição.

Já sob o comando de Tcheco, o Tricolor reclamou em duas partidas. Ainda no início do empate sem gols com o Maringá, o atacante Diego Tavares caiu na área após dividida com o zagueiro e o árbitro Rodolpho Toski Marques não marcou pênalti.

"É um lance capital que poderia ter mudado a história do jogo. Lamentações que vamos levar para debate, mas não quero ficar chorando nesta pauta", disse o treinador, logo depois do jogo.

Na derrota para o São Joseense, o árbitro Selmo Pedro dos Anjos Neto mandou o jogo seguir após a bola bater no braço do goleiro Cayo Felipe fora da área. O lance aconteceu quando ainda estava 0 a 0. "É um lance que pode decretar muitas coisas para nós. Não quero colocar clima de choro, mas foi um lance capital", afirmou Tcheco, na ocasião.

Para completar, o Paraná Clube reclamou muito da arbitragem no jogo do rebaixamento do Cianorte. A principal crítica é por um toque de mão do atacante Mikael no segundo gol.

Paraná Clube tem o pior ataque do Campeonato Paranaense

Rikelmi, atacante do Paraná Clube.
Rikelmi, atacante do Paraná Clube.

Em dez jogos disputados no Campeonato Paranaense, o Tricolor marcou apenas quatro gols e tem o pior ataque da competição. Cascavel e Azuriz marcaram seis vezes, enquanto o Rio Branco, que hoje divide a zona de rebaixamento, fez exatamente o dobro.

Eduardo Tanque marcou na derrota para o Athletico, mas recebeu muitas críticas da torcida na sequência do Estadual. Lucas Mazetti, Rikelmi e Diego Tavares completaram a lista de jogadores que fizeram gol.

O problema no ataque do Paraná Clube ganhou ainda mais evidência na derrota para o São Joseense por 2 a 1. O zagueiro Diego Ivo entrou como centroavante na reta final do jogo e virou a esperança de gol.

Erros individuais no Tricolor

Gabriel Gasparotto protagonizou lance bizarro.
Gabriel Gasparotto protagonizou lance bizarro.

Além dos problemas coletivos, o Paraná Clube também sofreu com erros individuais na campanha do rebaixamento. O goleiro Gabriel Gasparotto comemorou a defesa do pênalti na estreia contra o Athletico e levou o gol no rebote. O Tricolor vencia o clássico por 1 a 0, mas perdeu de virada por 2 a 1.

Gabriel Gasparotto ainda teve a atuação questionada na derrota por 3 a 0 para o Londrina. Após a chegada do técnico Tcheco, Thiago Santos assumiu a titularidade. No entanto, o goleiro falhou na derrota crucial para o São Joseense.

O lateral-esquerdo Kevin cometeu pênalti nos acréscimos do segundo tempo que resultou no empate do Operário. Já o centroavante Eduardo Tanque ficou marcado pela sequência de gols perdidos contra o Rio Branco, mas o Tricolor ganhou a partida em Paranaguá.

Reforço esquecido

Carlos Dias volta ao Paraná.
Carlos Dias volta ao Paraná.

O volante Carlos Dias foi um dos reforços contratados para o Paraná Clube na reta final do Campeonato Paranaense. Porém, o jogador revelado nas categorias de base ficou à disposição pela primeira vez somente no jogo do rebaixamento contra o Cianorte.

Carlos Dias foi o último jogador regularizado por ser uma transferência internacional. A expectativa era de estreia contra o São Joseense e o Tricolor até divulgou a arte do jogo com a foto do volante.

Porém, Carlos Dias ficou de fora do confronto direto em São José dos Pinhais por um erro do próprio Paraná Clube. Segundo o jornalista Guilherme Moreira, o departamento de futebol esqueceu de incluir no sistema da Federação Paranaense de Futebol (FPF) o nome do volante na lista de relacionados.

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Jornalista formado na PUCPR e especialista em Gestão e Marketing no Esporte na Uninter. Experiência em cobertura esportiva na Banda B, no Globo Esporte, na Rede CNT e no Paraná Portal. Colabora com o UmDois Esportes desde 2024....

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