A venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Paraná Clube ganhou mais um capítulo nesta semana. Um escritório de advocacia que representa cerca de metade dos credores se posicionou contrário ao aditivo da SAF e a forma de pagamento da Recuperação Judicial (RJ).
Como a proposta prevê que os credores sejam pagos com a venda da Sede da Kennedy, a preocupação desse grupo é sofrer um deságio muito grande ou até mesmo não receber nada. O Tricolor avaliou o imóvel em aproximadamente R$ 80 milhões, enquanto o leiloeiro estimou em R$ 64 milhões.
Se a venda atingir o valor esperado pelo Paraná Clube, o deságio para os credores das classes I (mais de 150 salários mínimos), III e IV será de pouco mais de 53%. Esse desconto aumenta caso a venda da Kennedy ocorra por um valor menor. Já os credores da classe II (até 150 salários mínimos) e os extraconcursais (feitas depois da RJ) receberiam o pagamento integral.
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Independente do valor e da forma que a Sede da Kennedy for vendida, a Prefeitura de Curitiba ainda mantém a opinião contrária sobre a venda da Sede da Kennedy. A Prefeitura já destacou que “o imóvel foi doado com cláusulas, estabelecidas em lei, de impenhorabilidade e inalienabilidade, que devem ser respeitadas, pois ainda estão vigentes e produzindo efeitos”.
A Assembleia Geral dos Credores do Paraná Clube está marcada para o próximo dia 24 para a votação do novo plano para a venda. Se não for aprovada, o Tricolor precisará apresentar um novo planejamento, o que vai adiar o desfecho sobre a SAF.
O plano para a venda da SAF do Paraná Clube

A favorita para ficar com a SAF paranista é a Nextplay Capital Holding SA, que já negocia desde março. O grupo de empresários é liderado por Pedro Weber, que trabalhou no Azuriz e no América-RN e será o CEO do projeto em caso de desfecho positivo.
A empresa ainda tem a possibilidade de cobrir qualquer proposta que possa surgir nas próximas semanas. Os interessados teriam que oferecer, no mínimo, 10% a mais do que a proposta da NextPlay.
No edital, o Paraná Clube ainda detalhou os valores mínimos para investimento em diversas categorias. O montante varia de acordo com a divisão do Tricolor no futebol brasileiro. Além disso, existe a expectativa da construção de um novo centro de treinamento na sub-sede do Boqueirão.
- R$ 42 milhões para o pagamento das dívidas com a Receita Federal e o Banco Central
- R$ 10 milhões para a construção de centro de treinamento
- R$ 60 milhões para investimento na Vila Capanema
- R$ 10 milhões para o futebol em anos sem divisão no Campeonato Brasileiro
- R$ 21,9 milhões na Série D
- R$ 28 milhões na Série C
- R$ 46,8 milhões na Série C
- R$ 85 milhões na Série A