A cada dia que passa o torcedor do Paraná Clube fica mais ansioso em relação à venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A ansiedade aumentou no último final de semana com um post da torcida organizada, Fúria Independente: “Depois de muita espera nossa SAF está saindo!”.
Mesmo com a empolgação dos torcedores, ainda faltam questões importantes para concretizar a venda da SAF. Os credores aceitaram receber os valores com a venda da Sede da Kennedy, além de um deságio entre 40 e 50%. No entanto, ainda não está resolvido o empecilho com a Prefeitura de Curitiba.
O munícipio ainda mantém a opinião contrária sobre a venda da Sede da Kennedy. A Prefeitura já destacou que “o imóvel foi doado com cláusulas, estabelecidas em lei, de impenhorabilidade e inalienabilidade, que devem ser respeitadas, pois ainda estão vigentes e produzindo efeitos”.
A lei municipal citada é a nº 1550/1958, aprovada pelo então prefeito Ney Braga. O imóvel foi doado pela Prefeitura para o Esporte Clube Água Clube, que virou Pinheiros, um dos clubes que deu origem ao Paraná, com finalidade de lazer e recreação esportiva.
Para que a Prefeitura de Curitiba ‘mude de ideia', é necessário uma alteração na lei na Câmara de Vereadores. Outra possibilidade seria a venda para uma empresa que mantenha a finalidade desejada. No ano passado, o UmDois Esportes citou o interesse do Clube Curitibano, mas a negociação não avançou.
Segundo o Comitê dos Credores, a diretoria do Paraná Clube precisa negociar com os vereadores a alteração da lei.
O Paraná Clube se obriga a promover todos os atos necessários, úteis e adequados, com diligência, iniciativa e boa-fé, para negociar um projeto de lei municipal, em conjunto com a Câmara de Vereadores, que reconheça a perfectibilização da doação e exclua as cláusulas de impenhorabilidade e inalienabilidade do imóvel que compõe a UPI Kennedy, atribuindo, assim, mais liquidez ao ativo.
Comitê dos Credores apresenta aditivo e pede nova Assembleia
O Comitê dos Credores do Paraná Clube realizou um documento com “aditivo ao plano alternativo de recuperação judicial”. O objetivo é alinhar os interesses de todas as partes, além de “trazer melhorias, com a maximização dos ativos, atração de investidores e previsibilidade de venda de ativos e pagamento de credores”.

Para que o aditivo seja aprovado, é necessária uma nova Assembleia dos Credores. O comitê solicitou urgência, mas ainda não tem definida a data.
O plano aprovado pelos credores é que os investidores da SAF do Paraná Clube negociem diretamente as dívidas com o Banco Central do Brasil (Bacen) – R$39.563.144,95 – e com a União – R$ 59.788.878,20.
O Bacen e a União têm como garantia justamente a Sede da Kennedy. A União ainda pode negociar uma transação tributária (entrada e pagamento de parcelas ao longo dos anos).
Já o restante da dívida no valor de R$ 132.197.133,11 seria quitada com a venda da Sede da Kennedy.